sábado, 30 de abril de 2016

Motoristas do IML confessam participar de fraude no seguro DPVAT

Operação deflagrada na terça-feira (26) prendeu 12 pessoas no Paraná.
Grupo é suspeito de aplicar golpes contra beneficiários do seguro obrigatório.

Do G1 PR

Dois motoristas do Instituto Médico-Legal (IML), um de Curitiba e outro de Ponta Grossa, admitiram em depoimento que recebiam propina para ajudar uma quadrilha especializada em fraudar o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículo Automotor (DPVAT). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (29). Os dois foram detidos durante a Operação Ressureição, deflagrada pela Polícia Civil na terça-feira (26). Além deles, outras 10 pessoas também tiveram a prisão decretada.
Em depoimento, os motoristas reconheceram que recebiam entre R$ 700 e R$ 1 mil para repassar informações sobre as famílias das vítimas de acidentes de trânsito. Com base nesses dados, a quadrilha procurava os familiares e oferecia auxílio para o recebimento do seguro. Em troca, o grupo ganhava uma porcentagem.
Os líderes da quadrilha também confessaram o crime. Segundo a Polícia Civil, eles afirmaram que pagavam a agentes públicos para conseguir as informações privilegiadas. O repasse aos servidores era feito conforme o sucesso no golpe aplicado contra as famílias dos mortos nos acidentes de trânsito.
O golpe
As investigações mostraram que os golpistas assediavam as famílias oferecendo o auxílio. No entanto, em vez de repassar o valor recebido, que em alguns casos era de até R$ 13,5 mil, eles ficavam com a maior parte, entregando apenas uma pequena quantia para os familiares. O grupo alegava aos beneficiários do seguro que a diferença nos valores havia sido usada para pagar as despesas do funeral das vítimas.
Além dos funcionários públicos, a operação também prendeu donos de funerárias e empresários. Eles devem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, estelionato e falsidade ideológica.
Conforme a Polícia Civil, os 12 presos foram detidos em regime temporário. Nesta sexta-feira, a Justiça aceitou prorrogar por mais cinco dias os mandados contra quatro deles.