quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Donald Trump vence eleições presidenciais dos Estados Unidos

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump, surpreendeu a maioria dos prognósticos e foi eleito o 45º presidente do país na madrugada desta quarta-feira, 9. Ele contou com um bom desempenho em Estados-chave como Flórida e Ohio e vitórias surpreendentes em Michigan e Wisconsin para tirar os democratas da presidência. De acordo com projeções às 5h30, Trump conquistou o Estado de Wisconsin chegando a 276 delegados – 6 a mais do que os 270 necessários para ser eleito – contra 218 de Hillary.
Pouco antes da confirmação da eleição de Trump o diretor de campanha de Hillary Clinton, John Podesta, discursou para os apoiadores da democrata que acompanhavam a apuração no QG montado pelo partido em Manhattan e afirmou que ela não faria nenhum discurso nesta madrugada, adiando para quarta-feira o reconhecimento da derrota.  “Não teremos nada para dizer nesta noite (madrugada de quarta-feira no Brasil). Então me escutem: todos deveriam ir para casa e dormir. Teremos mais para falar amanhã”, disse Podesta.
O resultado da eleição deve provocar profunda mudanças nos Estados Unidos. Ao longo da campanha, sob o lema de “fazer a América grande outra vez”, o magnata prometeu construir um muro na fronteira com o México, expulsar imigrantes ilegais e proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
Além disso, Trump se mostrou favorável a isolar os Estados Unidos no cenário global, dando às costas a acordos comerciais e parcerias militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Apesar disso, o candidato se mostrou favorável a uma reaproximação com a Rússia de Vladimir Putin.
Ao longo da campanha, Trump recebeu apoio de ícones da extrema direita americana, como David Duke – ligado à Ku Klux Klan, entidade racista do sul dos EUA – e a milícias de extrema direita.  O candidato também prometeu prender Hillary caso assuma a Casa Branca.
Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos num mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles. E ele fez explodir um Partido Republicano com dificuldades para entender seus eleitores e incapaz de encontrar um modo de parar o tornado Trump.

Atualização

Às 6h30, a apuração ainda estava em andamento, mas o placar de delegados no colégio eleitoral continuava inalterada.
A incerteza em torno do governo de Trump e de suas propostas derrubaram os mercados acionários globais e provocaram desvalorização de 12% da moeda do México, o país que se transformou no principal bode expiatório dos ataques de Trump ao comércio internacional e à imigração.
O Partido Republicano manteve a maioria na Câmara e no Senado, o que deixará a legenda no comando dos poderes Executivo e Legislativo - é a primeira vez que isso ocorre desde 1928. Mas não está claro como será a relação do presidente eleito com integrantes da elite de seu próprio partido, muitos dos quais se opuseram à sua candidatura.
A vitória de Trump foi impulsionada por forças nacionalistas semelhantes às que levaram à vitória do Brexit, outro evento que colocou em xeque a capacidade dos institutos de pesquisas. Trump disse em seu discurso da vitória: “É hora de caminhar juntos. Serei o presidente de todos os americanos”.

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