Frangos Pioneiro, empresa regional não foi citada, mas teve produtos barrados na exportação
Se os respingos da operação Carne Fraca irão se tornar uma mancha arraigada na economia brasileira ainda é cedo para saber, contudo o alarde impensado e generalizado das denúncias acabou afetando até quem faz tudo de acordo com as mais rígidas normas de vigilância sanitária.
A economia do Norte Pioneiro do Paraná que não goza de muitos nomes em exportação, também tem sofrido com a crise desencadeada pela divulgação da operação.
A empresa Frangos Pioneiro, de Joaquim Távora, em entrevista concedida, através de seu diretor comercial Fabio César Velani Thibes, deu sinais de que o mercado está abalado para todas as vertentes, mesmo sem uma instabilidade aparente.
Fabio expôs a crise como algo recorrente no mercado aviário. “Não passamos por uma crise nestas configurações, mas já passamos por situações envolvendo disseminações virais como a gripe do frango, por exemplo, que também causou um abalo na economia, mas foi superado. As empresas tendem a se preparar para esses tipos de situações, mas é sempre alarmante quando o produto para por algum motivo”, explica Fabio.
Atualmente a paranaense exporta 1,5 mil toneladas de aves e derivados por mês, volume que foi paralisado desde a divulgação da operação, isso porque a maioria do mercado internacional que comprava carnes do Brasil se fecharam totalmente para qualquer produto de origem animal, afetando inclusive, empresas idôneas e não citadas na operação. “Nossos consumidores sabem da procedência dos nossos produtos, mas temos tomado medidas para enaltecer a conduta da empresa que sempre primou pelo controle de qualidade e respeito ao cliente”, ressalta Thibes.
O diretor comercial ainda relata que os containers que já haviam sido expedidos para Hong Kong e países do Oriente Médio, mas estão inertes em navios atracados em alto mar porque os países bloquearam a chegada de todos os produtos brasileiros. “Nosso maior problema é com a logística, porque além de tudo isso gerar um custo, se esses containers ficam ocupados, os produtos aqui tem que ficar em câmara fria que em algum momento também ficaram sobrecarregadas, o que acarreta em uma suspenção dos abates”, pontua.
Diferente da criação de bovinos e suínos, os frangos tem comercialização de peças inteiras, o que determinou um padrão a ser atingido para o abate. Essa determinação de tamanho impede que os frangos possam continuar nas granjas, o que gera uma quebra de ciclo.
Por enquanto, Hong Kong que detém 11,2 % da produção brasileira, mantém a decisão de não receber nenhum produto brasileiro, enquanto no Oriente Médio, países como Israel e Arábia Saudita que compram 9,4 % das carnes brasileiras requisitaram informações mais específicas sobre os produtos e pediram mais amostras.
Apesar da suspensão nas exportações, a Frangos Pioneiro não teve grandes impactos financeiros, pois o mercado local, apesar de ter oscilações, está dentro da normalidade. “Esperamos que tudo se normalize em breve”, finaliza Thibes.
A empresa Frigorífico Raja, abatedora de suínos , também de Joaquim Távora, foi contatada pela reportagem, contudo não houve retorno das ligações.
O Frigorífico Platina de Santo Antônio da Platina já havia encerrado o expediente quando a reportagem entrou em contato.
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