segunda-feira, 27 de março de 2017

“Carne Fraca” reflete na economia de frigoríficos do Norte Pioneiro

Frangos Pioneiro, empresa regional não foi citada, mas teve produtos barrados na exportação

Se os respingos da operação Carne Fraca irão se tornar uma mancha arraigada na economia brasileira ainda é cedo para saber, contudo o alarde impensado e generalizado das denúncias acabou afetando até quem faz tudo de acordo com as mais rígidas normas de vigilância sanitária.
A economia do Norte Pioneiro do Paraná que não goza de muitos nomes em exportação, também tem sofrido com a crise desencadeada pela divulgação da operação.
A empresa Frangos Pioneiro, de Joaquim Távora, em entrevista concedida, através de seu diretor comercial Fabio César Velani Thibes, deu sinais de que o mercado está abalado para todas as vertentes, mesmo sem uma instabilidade aparente.
Fabio expôs a crise como algo recorrente no mercado aviário. “Não passamos por uma crise nestas configurações, mas já passamos por situações envolvendo disseminações virais como a gripe do frango, por exemplo, que também causou um abalo na economia, mas foi superado. As empresas tendem a se preparar para esses tipos de situações, mas é sempre alarmante quando o produto para por algum motivo”, explica Fabio.
Atualmente a paranaense exporta 1,5 mil toneladas de aves e derivados por mês, volume que foi paralisado desde a divulgação da operação, isso porque a maioria do mercado internacional que comprava carnes do Brasil se fecharam totalmente para qualquer produto de origem animal, afetando inclusive, empresas idôneas e não citadas na operação. “Nossos consumidores sabem da procedência dos nossos produtos, mas temos tomado medidas para enaltecer a conduta da empresa que sempre primou pelo controle de qualidade e respeito ao cliente”, ressalta Thibes.
O diretor comercial ainda relata que os containers que já haviam sido expedidos para Hong Kong e países do Oriente Médio, mas estão inertes em navios atracados em alto mar porque os países bloquearam a chegada de todos os produtos brasileiros. “Nosso maior problema é com a logística, porque além de tudo isso gerar um custo, se esses containers ficam ocupados, os produtos aqui tem que ficar em câmara fria que em algum momento também ficaram sobrecarregadas, o que acarreta em uma suspenção dos abates”, pontua.
Diferente da criação de bovinos e suínos, os frangos tem comercialização de peças inteiras, o que determinou um padrão a ser atingido para o abate. Essa determinação de tamanho impede que os frangos possam continuar nas granjas, o que gera uma quebra de ciclo.
Por enquanto, Hong Kong que detém 11,2 % da produção brasileira, mantém a decisão de não receber nenhum produto brasileiro, enquanto no Oriente Médio, países como Israel e Arábia Saudita que compram 9,4 % das carnes brasileiras requisitaram informações mais específicas sobre os produtos e pediram mais amostras.
Apesar da suspensão nas exportações, a Frangos Pioneiro não teve grandes impactos financeiros, pois o mercado local, apesar de ter oscilações, está dentro da normalidade. “Esperamos que tudo se normalize em breve”, finaliza Thibes.
A empresa Frigorífico Raja, abatedora de suínos , também de Joaquim Távora, foi contatada pela reportagem, contudo não houve retorno das ligações.
O Frigorífico Platina de Santo Antônio da Platina já havia encerrado o expediente quando a reportagem entrou em contato.

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