Sessão de julgamento do vereador Émerson Petriv (PR), conhecido como Boca Aberta, durou mais de nove horas neste domingo (15).
A Câmara de
Londrina, no norte do Paraná, cassou na tarde deste domingo (15) o mandato do
vereador Émerson Petriv (PR), conhecido como Boca Aberta, por 14 votos a 5
votos. A sessão de julgamento do vereador mais votado do Paraná em 2016, com
11.480 votos, durou mais de nove horas.
Os vereadores
entenderam que houve quebra de decoro parlamentar por parte de Boca Aberta, que
fez uma "vaquinha" na internet para pagar uma multa eleitoral.
Confira como
votaram os 19 vereadores:
·
Vilson
Bittencourt – Sim
·
Roberto Fú –
Não
·
Péricles
Deliberador – Sim
·
Professor Rony
– Sim
·
Pastor Gerson
Araújo – Sim
·
Mario Takahashi
– Sim
·
Junior Santos
Rosa – Sim
·
João Martins –
Sim
·
Jamil Janene –
Sim
·
Filipe Barros –
Sim
·
Felipe Prochet
– Sim
·
Estevão da Zona
Sul – Sim
·
Eduardo
Tominaga – Sim
·
Daniele Ziober
– Não
·
Amauri Cardoso
– Sim
·
Ailton Nantes –
Sim
·
Jairo Tamura –
Não
·
Guilherme
Belinati – Não
·
Boca Aberta –
Não
O parecer da
comissão, apresentado na terça-feira (9), indicava para quebra de decoro
parlamentar. Conforme a denúncia, protocolada por uma servidora municipal, o
vereador pretendia juntar R$ 8 mil para o pagamento da multa, mas só conseguiu
R$ 1,7 mil. Ele alega ter doado o dinheiro recebido. Boca Aberta também nega
que tenha cometido a quebra de decoro.
A conclusão do
relatório apontou que o vereador usou inverdades para pedir dinheiro para a
população, pois havia sido condenado pela Justiça Eleitoral por pedir votos em
uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) durante as eleições do ano passado. A
justificativa de Boca Aberta na "vaquinha" era de que estava sendo
punido por defender a população.
Julgamento
A sessão
começou às 8h sem a presença do vereador acusado, que chegou ao Plenário depois
das 9h. Foram lidas 11 peças do processo que fazem parte da investigação contra
Boca Aberta, oito pedidas pela defesa e três pedidas pelo relator. A leitura
levou mais de seis horas.
Por volta de
14h45, o advogado Eduardo Duarte Ferreira iniciou a defesa do vereador e
argumentou cerca de uma hora. Boca Aberta utilizou o restante do tempo total de
duas horas para a defesa, utilizando vídeos e até se ajoelhando no Plenário ao
pedir para não ser cassado.
Antes de
começar a votação, o vereador afirmou que tinha provado a inocência. "Eu
provei por a mais b, com fatos, com vídeos e com áudio que eu não cometi crime.
Eu falei que eu ia provar. Eu não cometi crime, eu apenas fiz uma vaquinha.
Estou sendo crucificado, morto e sepultado”, disse ajoelhado e chorando.
Para a votação,
o relator da comissão, vereador Rony Alves (PTB), indicou uma única questão
para ser respondida pelos parlamentares: "O vereador Émerson Miguel
Petriv, praticando as condutas narradas na representação, praticou infração
ético-parlamentar passível de punição com a cassação do seu mandato?".
Ao final da votação,
a sessão foi suspensa por alguns minutos e, na sequência, houve a leitura do
decreto legislativo sobre a cassação do mandato de Boca Aberta.
Por Ederson Hising, G1 PR
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