Especialistas conseguiram decifrar arquivos internos do equipamento em teste público de segurança no Tribunal Superior Eleitoral.
Especialistas em informática participaram nesta
sexta-feira (01/12) de teste público de segurança das urnas eletrônicas a serem
usadas na eleição de 2018 e conseguiram decifrar arquivos internos do
equipamento.
Segundo o coordenador de sistemas
eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José de Melo Cruz, é
“possível” que os técnicos tenham conseguido identificar como foi o último voto
registrado numa urna. A informação foi passada pela manhã, quando os testes
ainda estavam sendo feitos. Os resultados só devem ser divulgados no dia 12 de
dezembro.
“Eles não tiveram acesso a dados do eleitor, tiveram
acesso ao ‘log’, que é aquele sistema que vai monitorando a urna e escrevendo
tudo que acontece na urna eletrônica, como a caixa preta de um avião, que vai
registrando todos os dados do voo. E conseguiram acesso ao RDV, que é o
registro digital do voto, mas não de alterar o RDV, mas sim de observá-lo”,
disse José de Melo Cruz.
“Eles conseguiram essa penetração,
mas não tiveram acesso à ordem de votação e todos os votos dados naquela urna.
Não conseguiram identificar os votos de todos os presentes. É possível do
último voto”, completou depois, quando questionado por jornalistas.
Falhas corrigidas
Melo disse que
as falhas – decorrentes de uma atualização no sistema realizada recentemente –
serão corrigidas. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, enalteceu o teste, como
forma de colaboração de técnicos com a segurança da urna.
“Esse evento
mais uma vez mostra a importância da contribuição da sociedade civil na tarefa
de identificar possíveis vulnerabilidades e falhas relacionadas à violação à
integridade ou do anonimato dos votos de uma eleição”, disse na apresentação
parcial dos resultados.
Depois, em entrevista,
o ministro confirmou que no ano que vem cerca de 30 mil das 500 mil urnas terá
o voto impresso, como determinado em lei
pelo Congresso para possibilitar eventual necessidade de conferência. “Não será
possível ter de forma geral, já informamos ao Parlamento. Não temos condições
nem recursos para isso”, disse o ministro.
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