sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Sósia de Sylvester Stallone usa semelhança com o ator para ganhar a vida e ajudar pessoas carentes

'Nem a minha mãe me chama mais pelo nome', revela Milton Assis Antunes, que mora no Paraná e é conhecido como Stallone de Ponta Grossa

“Nem a minha mãe me chama mais pelo nome”, revela Milton Assis Antunes, de 57 anos. Há uma década, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, ele, que é conhecido como Stallone de PG, usa a semelhança física com o ator para ganhar a vida e ajudar pessoas carentes.
"Deus me deu o dom de parecer com alguém famoso. Por isso, quero fazer algo bom com isso", explica.
A solidariedade, inclusive, rendeu títulos ao cover. O último, no ano passado, foi o de Comendador dos Direitos Humanos, pela Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos. Também teve moção de aplauso na Câmara Municipal e outras premiações por ser tão parecido com o astro.

Espírito solidário

O espírito generoso, conta ele, tem explicação: a carreira religiosa que deixou para trás. Quando era jovem, Milton saiu do Rio Grande do Sul para frequentar um seminário em São Paulo. "Era para eu ser padre, mas encontrei a minha prenda e me 'divorciei' de Cristo", brinca.
Nos anos 80, o casal gaúcho, então, escolheu Ponta Grossa para viver. No Paraná, tiveram dois filhos. Por muito tempo, desde a mudança, Milton foi apenas Milton: o dono de um armazém na Vila Marina, que mal sabia quem era Sylvester Stallone.
Até então, nunca haviam falado o quanto ele lembra o protagonista das franquias Rocky e Rambo.
"Por volta ali de 2009, quando chegava para assistir ao jogos do Operário no Estádio Germano Krüger, com um copão de chope e óculos escuros, o pessoal da torcida já começava a mexer comigo: 'E aí, Cobra!', 'Olha o Cobra!', fazendo referência ao filme Stallone Cobra", lembra.
Foi, aí, que o apelido apareceu e viralizou. "Eu lembro dele quando meu pai me levava ao jogo do Operário, quando tinha uns 10 anos, e ele já era chamado de Stallone. O sol estava rachando e ele de jaqueta de couro. Boas lembranças!", conta o analista de sistemas Anderson Jachinski.

Stallone de PG

"Depois disso, comecei a ser convidado para participar de programas de TV e de rádio, a fazer eventos, participar de propagandas, de clipes. Passei a explorar o personagem e não parei mais", explica Milton.

Ele acrescenta que também canta, atua, desfila e atua como repórter policial.
"De todos os trabalhos que faço, procuro tirar uma porcentagem para ajudar quem precisa. Uma festa de aniversário para uma criança carente, uma consulta no dentista, uma muleta, um óculos, um remédio, uma cesta básica. Já arrumei até emprego. Sempre gostei de ajudar, desde o seminário", diz.

Trabalho e vida pessoal que se confundem


Hoje, por um contrato feito com uma clínica odontológica - que lhe cedeu implantes dentários para ficar com os dentes iguais aos do ídolo - o Stallone PG anda, a maior parte do tempo, vestido como o ator no filme Mercenários.
"É tudo preto, com colete e boina, como se fosse uma farda policial mesmo. Uso os óculos escuros mesmo de noite. Estou tão acostumado que, um dia, acordei para fazer churrasco em casa e fui colocando o colete do Stallone para assar carne", lembra.
Além do look e dos implantes dentários, Milton revela que tem investido em exercícios físicos para ficar ainda mais parecido com Stallone.
Independentemente da forma física, o Stallone de PG garante que lida com o assédio dos fãs, que, frequentemente, acreditam estar frente a frente com o ator.
Em 2015, ele conta que causou mais furor no Maracanã, durante um jogo do Flamengo e Santos, do que a lutadora americana Ronda Rousey, que também estava lá. 
"Nesse dia no Rio de Janeiro, mesmo depois, quando sabiam que eu não era o original, as pessoas queriam tirar foto, pegar a boina ou o óculos, tirar foto. Foi uma loucura, dei entrevista para vários canais, meus parentes ficaram enlouquecidos quando me viram na TV, em rede nacional", relata.

Futuro

Para o futuro, Milton relata que tem três objetivos. O primeiro é fundar uma Organização Não-Governamental (ONG), com seu nome, para ajudar crianças carentes.
O segundo é deixar Ponta Grossa, onde, hoje, é uma das figuras mais conhecidas da cidade. "Também estudo a possibilidade de me mudar para o Rio de Janeiro. Em Ponta Grossa, como artista, quase não tenho chances", confessa.
O terceiro, é, claro, conhecer o ídolo que o inspira. "Quero, um dia, conhecer o meu ídolo, claro. Mas não posso chegar assim, fraquinho, senão ele vai pensar que sou um Stallone meio doente. Tenho que estar bem", brinca.


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