O dinheiro seria para “enterrar” a CPI do Senado que apurava denúncias contra o bicheiro Carlos Cachoeira
Reportagem da revista Veja deste
final de semana aponta que a Polícia Federal investiga as suspeitas de que o
senador e pré-candidato à Presidência da República, Alvaro Dias (Podemos) teria
pedido R$ 5 milhões para “enterrar” a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
do Senado que apurava denúncias contra o bicheiro Carlos Cachoeira.
Segundo a revista, no começo de 2015, Luis Eduardo da Rocha
Soares, então diretor do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht,
encaminhou a um interlocutor um e-mail que recebeu de Samir Assad três anos
antes para que ele procurasse maiores informações sobre o que estava narrado.
O e-mail tinha como assunto “CPMI – Cachoeira”. Nele, Assad
informa que a empreiteira Andrade Gutierrez pagou 30 milhões a parlamentares
para “cortar” o assunto, ou seja: parar com as investigações da CPMI.
Nesta mesma mensagem, Samir informa que o Grupo UTC também
contribuiu com recursos para a mesma finalidade. E explica que esses recursos
eram insuficientes para que tivessem êxito na obstrução das investigações,
porque o senador Álvaro Dias tinha pedido mais 5 milhões de reais.
A mensagem incluiria uma planilha de controle com o codinome
“Alicate”, identificado como sendo o senador.
Outro
lado
Em nota, Alvaro rebateu as suspeitas. Segundo ele, as acusações
seriam uma armação política:
“É uma armação descabida porque, para quem acompanhou o meu
desempenho nessa CPI, isso soa como uma vingança. Porque na verdade fui eu que
criei os problemas todos, encaminhei para a PF, inclusive, um relatório
bastante robusto mostrando os caminhos das pedras, de onde saiu o dinheiro,
para onde ia, as empresas laranjas, que eram criadas inclusive por esse
cidadão, que não me lembro de ter visto. Teve uma matéria da Veja anterior à
CPI em que interpelei judicialmente o (empresário Fernando) Cavendish (ex-dono
da Delta Construções) porque ele disse de forma totalmente irresponsável que
ele comprava senadores e eu pedi que ele dissesse quem eram os senadores.”
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