Em livro que será lançado nesta
sexta-feira e que traz sua versão para a guerra jurídica que vem enfrentando
desde a deflagração da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva admite que está pronto para ser preso. O livro “A verdade vencerá – O
povo sabe por que me condenaram”, reproduz entrevista concedida por Lula nos
dias 7, 15 e 28 de fevereiro aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif,
além do professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e da editora
Ivana Jinking.
Na entrevista, Lula diz que não
pedirá asilo em outro país e não resistirá à prisão. “Há duas instâncias
superiores que a agente pode recorrer (STF e STJ) e vamos recorrer. Eles vão
tomar a decisão, eu estou pronto para ser preso. É uma decisão deles”, disse
Lula. Questionado se está cogitando a possibilidade de ser preso ele respondeu.
“Estou. O que não estou é preparado para a resistência armada. Como sou um
democrata, nem apreender a atirar eu aprendi. Então, isso está fora. O PT não
nasceu para ser um partido revolucionário, nasceu para ser um partido
democrático e levar a democracia até as últimas consequências”.
Na mesma reposta, Lula acrescenta que
não irá fugir do país. “Eu não vou sair do Brasil, não vou me esconder em
embaixada, eu não vou fugir. A palavra ‘fugir’ não existe no meu dicionário.
Vou estar na minha casa, chegando em casa entre 20h e 21h, indo dormir às 22h,
acordando às 5h para fazer ginástica”. Na sequência, perguntado sobre omo se
prepara o espírito para isso. Lula disse que não está preparando o espírito.
“Eu sou um homem de espírito leve. Tudo isso faz parte da história. Estamos num
momento histórico importante para mim. Eu sei por que estou sendo julgado. E
eles não têm a mesma consciência tranquila que eu tenho.”
O
Livro
Às
vésperas do desfecho de uma guerra jurídica sem precedentes chega às livrarias
o livro “A verdade vencerá: o povo sabe por que me condenam”, do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O livro traz uma reflexão do
ex-presidente sobre sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
na Operação Lava Jato, em um dos processos em que ele é réu. O destaque da
obra de 216 páginas são as 124 páginas da entrevista que o ex-presidente
concedeu em três dias.
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