segunda-feira, 2 de abril de 2018

Jacarezinho, bebê morre no parto, avó diz que demorou atendimento e culpa o prefeito que é médico e atendeu a gestante


Avó diz que demora no atendimento provocou morte de Emanuele
Mais uma polêmica envolvendo o prefeito de Jacarezinho, Sérgio Faria, ganhou neste feriado de Páscoa. Um bebê morreu na maternidade Santa Casa de Misericórdia, durante o plantão do prefeito, que é médico no município.
Segundo a avó da criança, Maria José Chaves Aragão, a demora no atendimento teria sido a causa da morte de Emanuele Vitória. “A mãe dela ficou esperando por atendimento por 12 horas, com dores e contrações, mas quando foi atendida pelo médico, a criança já nem se mexia mais”, lamenta a avó paterna.
Tamires Marinho Paz, 21 anos, ainda segundo a avó, teria se submetido a todo o pré-natal com médicos do Posto de Saúde do Parque Bela Vista, na região onde mora com o marido, José Marcelo Costa. Maria José explica que a nora teve sangramento na segunda-feira, dia 26 e foi encaminhada pelo Posto de Saúde ao plantão da Santa Casa, sendo imediatamente medicada e liberada.
Na oportunidade, foi aconselhada a procurar atendimento hospitalar, caso voltasse a sentir dores, o que ocorreu na quarta-feira, dia 28. Desta vez, quem estava de plantão era o médico e prefeito de Jacarezinho, que também medicou a paciente e a liberou em seguida.
Na madrugada da Sexta-feira Santa, às 3 horas, no entanto, Tamires voltou a sentir dores e foi novamente ao Pronto Socorro, em busca de atendimento. Mas, embora o caso fosse considerado grave, ela só foi atendida 12 horas depois, às 15 horas, quando o médico plantonista, Sérgio Faria, recebeu a informação de que a criança não se mexia mais, de acordo com a denúncia.

Pouco depois, a notícia da morte da criança foi confirmada, o que abalou toda a família. Maria José conta que teve dificuldade, inclusive, de registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia de Jacarezinho, o que somente se confirmou após a contratação de uma advogada para acompanhar o caso.
Na Delegacia, ela exigiu uma necrópsia na criança, mas o laudo ainda deve demorar alguns dias para ser concluído. Segundo o laudo expedido pelo prefeito Sérgio Faria, que era o médico de plantão que atendeu à paciente, a criança teve sofrimento fetal devido a uma infecção de urina da mãe, o que é contestado pela avó da vítima, “todos os procedimentos e exames pré-natais foram realizados e nenhum diagnóstico apontou que a minha filha estivesse com infecção de urina. Mas,  e se estava por que não foi atendida com urgência, ao invés de ser atendida 12 horas depois de procurar ajuda médica ?”, questiona.
Procurado pela reportagem, a Santa Casa informou que o médico Sérgio Faria estava no sábado, dia 31 em uma cirurgia de emergência na maternidade hospitalar e que não poderia atender a reportagem.
Neste domingo, ele estava com o celular desligado.
O corpo de Emanuele Vitória foi velado no templo da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Nissei, na avenida João Aguiar, na Vila Setti. 
O sepultamento foi às 8h30m horas deste domingo de Páscoa.

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