quarta-feira, 20 de abril de 2016

Grupo que fraudaria concurso em RO mandaria repostas por celular, diz PF

Operação desarticulou associação que tentou fraudar concurso do TRT. 
Prova foi realizada no dia 28 de fevereiro, na cidade de Porto Velho.


Ísis Capistrano

Do G1 RO

pf_JH (Foto: jornal hoje)A quadrilha que tentou fraudar o concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª região (TRT), realizado no dia 28 de fevereiro em Rondônia, roubava folhas das provas do concurso para depois mandar as repostas aos candidatos pelo celular, segundo o delegado da Polícia Federal (PF) Marcus Vinícius Pioli Luz. Ele coordenou a Operação NDA , deflagrada na manhã de terça (19) para desarticular a associação criminosa envolvida na tentativa de fraude.
Uma denúncia anônima recebida no dia anterior ao concurso deu início à investigação. Até o momento, apenas o líder da organização está preso. Ele foi detido no dia da prova com mais dois membros que foram flagrados divulgando indevidamente o conteúdo de questões do concurso ainda em andamento.
Segundo Marcus Antônio, o esquema se desenrolava a partir de folhas roubadas da prova aplicada no certame. "O coordenador recebia as folhas de provas roubadas por falsos candidatos e encaminhava para uma equipe que resolvia as questões. Posteriormente, ele enviava essas folhas para outra equipe que passaria as repostas por celular aos candidatos", explicou o delegado.

O líder do esquema é de Rondônia e há indícios que ele atuou em outros concursos no estado. O delegado preferiu não divulgar os outros certames envolvidos. Mas, ainda conforme o delegado, a polícia conseguiu suspender a fraude antes que ela prejudicasse o concurso. "A quadrilha foi desarticulada na primeira etapa, quando o coordenador ainda estava recebendo as questões. Os candidatos não chegaram a receber as respostas", assegurou.

Envolvidos
Um dos candidatos que receberia as repostas já foi identificado. As pessoas que receberiam as respostas podem responder pelos crimes de associação criminosa e fraude em certame de interesse público.

A investigação ainda está em andamento. Na terça (19), quando a operação foi deflagrada, a PF realizou busca de mandado e apreensão em nove lugares e conduziu coercitivamente 18 pessoas. Ninguém foi preso. O único que ainda está preso preventivamente é o líder da organização. De acordo com a PF, ainda está sendo apurado quem são as pessoas que participavam da fraude.