quinta-feira, 21 de abril de 2016

Limitação da Banda Larga Fixa - A maldita necessidade que nos barra

Publicado por Bruno de Paldes
Estamos à beira de um gigantesco retrocesso. É assim que enxergo a questão da limitação da banda larga fixa. Esta situação, para mim, é mais tão importante quanto o Impeachment que está sendo votado, pois, me atinge de forma direta no meio ambiente em que vivemos e trabalhamos.
Não posso negar que uma parte de mim está feliz por esta limitação, pois, de fato está, contudo, outra parte está muito preocupada. O que irá acontecer quando esta nova forma de serviço começar a vigorar?
Ontem, enquanto viajava de Manaus para Porto Alegre, gastei muito tempo pensando sobre as consequências. Em determinado momento, por uma cadeia de raciocínio, cheguei à uma situação que me trouxe alegria. Lembram-se de quando reuníamos na casa de alguém para escutar discos? Lembram-se de quando passávamos mais tempo com nossas famílias em casa, ao invés de ficarmos enfiados de cara no PC?
Ora, na minha opinião, no que tange às coisas perdidas no tempo e que nos faziam bem, enxergo um pouco de esperança de que possam voltar de certa maneira.
Por outro lado, vivemos em um mundo informatizado. Temos processos eletrônicos, mídias eletrônicas, enfim, tudo é eletrônico. Como sustentaremos isso tudo tendo tal tipo de serviço?
Ainda não cheguei à resposta desta pergunta e por isso, me assusto. Quero de volta um pouco mais de convivência pessoal, mas também não quero um colapso de tecnologia.
Sempre fui a favor da tecnologia quando bem usada, por outro lado, temos que admitir que isso não vem acontecendo. Crianças não brincam e não falam mais a menos que seja por vias eletrônicas.
Enfim, como já referido, tenho um lado feliz e um lado assustado. De toda sorte, ainda que achemos um absurdo a decisão tomada por este cartel de operadoras, muito pouco podemos fazer.
Somos reféns da necessidade, o que não nos deixa, por exemplo, boicotar as fornecedoras, assim como acontece com o transporte público. A única forma de barrar algo com efetividade, é mexer no bolso de quem abusa do direito, todavia, a necessidade não nos deixa fazer isso, logo, as empresas têm carta branca para ditar as regras.
Como faremos com o processo eletrônico, por exemplo? Uma colega publicou um maravilhoso texto de reflexão sobre o assunto, hoje, aqui no Jusbrasil. Será que por meio do direito consumerista poderíamos atacar este abuso de poder? Acredito que sim.
Há algo de muito estranho nesta mudança, seremos certamente atingidos profissionalmente e quem pagará a pior conta? Os mais fracos, os pequenos escritórios que trabalham para pagar as contas.
Esperemos, as incertezas são grandes. Ao meu ver, existem pontos positivos, socialmente, e negativos socialmente e profissionalmente.