terça-feira, 19 de abril de 2016

Quatro deputados paranaenses foram contrários ao impeachment

Placar final da votação geral

O processo de impeachment foi aprovado na Câmara dos Deputados em votação histórica no domingo (17). Dos 511 votos possíveis, já que dois deputados não compareceram, 367 votaram a favor, 137 contra e sete se abstiveram, sendo que a maioria das abstenções foram dos deputados do PDT, que orientou que os integrantes do partido fossem contrários ao impeachment.
Dos 30 deputados paranaenses, o placar foi fechado em 26 a favor e quatro contrários. Os contrários foram os deputados Aliel Machado – REDE; Assis do Couto – PDT; Enio Verri – PT e Zeca Dirceu – PT.
Desde o primeiro momento, Aliel Machado, Enio Verri e Zeca Dirceu se posicionaram contrários ao impedimento. Assis do Couto, no entanto, ficou em cima do muro durante todo o tempo que antecedeu a votação. Cerca de 30 dias antes da votação, o Portal Massa News fez uma pesquisa com todos os deputados paranaenses, e Assis foi um dos entrevistados que preferiu “não emitir opinião”.
O deputado Aliel Machado é natural de Ponta Grossa e começou sua carreira política no PC do B, partido de esquerda. Atualmente, integra a REDE e justificou seu voto destacando que para ele, “não houve crime de responsabilidade fiscal”. Mas, apesar deste posicionamento, ele afirmou que “não poderia votar em um projeto que elegerá Michel Temer como presidente”.
Seu posicionamento sempre foi o de “cassar a chapa e promover novas eleições”. “Votei contra a admissibilidade do relatório não pela defesa deste governo, que cometeu vários erros e deve pagar por isso. Votei contra porque não consegui aceitar que a Constituição fosse violada de forma tão flagrante como foi durante esse processo. A condução do impedimento, feita por um réu na Lava jato, Sr. Eduardo Cunha, é um equívoco imensurável para o país”, divulgou em nota.
Assis do Couto, que representa a região Sudoeste, e que tem base política em Francisco Beltrão, divulgou seu posicionamento contrário apenas nos últimos dias que antecederam a votação. Na quinta-feira (14), em nota publicada nas redes sociais, o deputado afirmou ser contrário ao impeachment. “Defendo a democracia e prezo pelo respeito à Constituição Federal. A ausência de crime de responsabilidade impede a remoção da presidente da república”, relatou em nota.

O deputado integrou o Partido dos Trabalhadores por muitos anos, e recentemente migrou para o PDT, partido que “determinou, que seus integrantes se posicionassem contrários”.
O petista Enio Verri, que tem base política na região de Maringá, se mostrou contrário ao processo desde o primeiro momento. Em declarações nas redes sociais, ele afirma que “não há crime”. “Não há nenhum crime cometido por Dilma. E, se não há crime, só há um nome: é golpe. A história não perdoa. Golpista é golpista”, divulgou.
Ele também publicou nas redes sociais, entre suas justificativas, que entre os deputados federais, que querem o impeachment, 22 são investigados pela Operação Lava Jato.
O deputado Zeca Dirceu, que tem base política em Cruzeiro do Oeste, se posicionou e votou contrário ao processo de impedimento. No entanto, não justificou publicamente, não divulgou nas redes sociais o que teria motivado sua opinião. Zeca é petista e filho do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.