terça-feira, 3 de maio de 2016

PF deflagra desdobramento da Operação Pecúlio e prende 2 no PR

Ação combate irregularidades em processos licitatórios na prefeitura de Foz. 
Também foram expedidos 2 mandados de busca e um de condução.

Adriana JustiDo G1 PR
A Polícia Federal (PF) realiza um desdobramento da Operação Pecúlio, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, desde a manhã desta terça-feira (3). A ação combate irregularidades em processos licitatórios de prestação de serviços na prefeitura da cidade.
Foram expedidos dois mandados de busca e apreensão, um de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento e dois mandados de prisão preventiva, que não tem prazo determinado para vencer.
As duas prisões já foram cumpridas. Uma delas é contra o secretário de obras da prefeitura Carlos Juliano Budel. Ao G1, o advogado Osvaldo Loureiro disse que não sabe o que motivou a prisão. 
Segundo as investigações da polícia, há indícios de ingerências de gestores do município, de forma direta e indireta, em empresas contratadas para prestação de serviços e realização de obras junto à prefeitura com quantias milionárias de recursos públicos federais como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e outros como o Sistema Único de Saúde (SUS).
A Controladoria Geral da União (CGU) estima que tenham sido desviados ao menos R$ 4 milhões em contratos fraudulentos entre a prefeitura de Foz do Iguaçu e empresas da região.
1ª fase
A primeira fase da operação foi deflagrada no dia 19 de abril. O prefeito Reni Pereira (PSB) e outras 16 pessoas foram levadas coercitivamente a prestar esclarecimentos na delegacia da PF. Na casa de Reni foram apreendidos R$ 120 mil em dinheiro.
Em entrevista no gabinete logo após ser liberado, Reni fez questão de afirmar que não sabe de qualquer esquema de corrupção na prefeitura de Foz do Iguaçu e que já havia explicado a origem do dinheiro, resultado de uma "indenização judicial".
Na ação, que se estendeu a Santa Terezinha de ItaipuSão Miguel do IguaçuItaipulândia e Cascavel, também foram presos 14 suspeitos, entre empresários e ex-servidores municipais. Os agentes também recolheram documentos, celulares e computadores, cujos conteúdos estão sendo analisados.
Do total de presos na primeira etapa, quatro tinham mandados preventivos e permanecem presos. Os outros dez presos tinham mandados temporários e já foram soltos.
Os investigados devem responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa, prevaricação, crimes à lei de licitações e organização criminosa.
Permanecem presos:
- Nilton João Beckers (empresário)
- Euclides de Moraes Barros Júnior (empresário)
- Melquizedeque da Silva Correia Ferreira Souza (ex-secretário de Tecnologia da Informação)
- Rodrigo Becker (ex-secretário de Planejamento)
Já foram soltos:
- Edson Queiroz Dutra (empresário)
- Vilson Sperfeld (empresário)
- Alexandro Tavares Ferreira (empresário)
- Charles Bortolo (ex-secretário de Saúde)
- Evori Roberto Patzlaff (ex-secretário de Obras)
- Sandro Hideo Saito (empresário)
- Cristiano Fure de França (ex-diretor de Obras)
- Rosinaldo Luziano dos Santos (empresário)
- Fernando da Silva Bijari (empresário)
- Mario Cesar Habby dos Santos (empresário)