terça-feira, 6 de setembro de 2016

'Pedia para ela voltar', diz pai de brasileira achada morta no Japão

Lidia Maeda morreu após acidente com moto aquática no lago Biwa.
Corpo da mulher de Itapeva (SP) vai ser cremado nesta terça-feira (6).

O pai da brasileira Lidia Kazumi Maeda, de 34 anos, que foi encontrada morta nesta segunda-feira (5) no lago Biwa, em Hikone, no Japão, afirmou em entrevista ao G1 que pedia com frequência para que a filha voltasse a morar no Brasil junto com a neta, de 10 anos. Lidia era de Itapeva (SP) e morava há 16 anos no Japão. De acordo com a amiga e colega de trabalho Jussara Rodolfo Passaro Yuguwa, ela foi com o companheiro e um grupo de amigos até o lago para um churrasco no final de semana, quando desapareceu ao passear em uma moto aquática.
Queria que ela voltasse para ficar com a gente, para ficar com a família. Eu pedia para ela voltar, mas ela quis ficar no Japão por questões financeiras. Porém, ela tem cursos profissionalizantes e conseguiria viver aqui, já que é de Itapeva e conhece tudo da cidade. Só que falava que lá vivia melhor e que também não voltaria por causa da filha, que nasceu no Japão e mal sabe falar português. Queria que ela voltasse para ficar com a família”, afirma o aposentado Yutaka Maeda, de 74 anos, morador de Itapeva.
Segundo Yutaka, fazia três anos que não via a filha e o último contato entre eles foi por telefone há um mês. “Isso torna tudo mais difícil. Ela era nossa ‘caçulinha’, pois era a única menina entre quatro filhos. Mas faz parte da vida. Minha ficha não caiu ainda e a mãe dela agora está um pouco mais calma. Mas toda a família está abalada”, conta.
Jussara Rodolfo era amiga e trabalhava com Lidia Maeda  (Foto: Arquivo pessoal/JussaraRodolfo)Jussara Rodolfo era amiga e trabalhava com Lidia
Maeda (Foto: Arquivo pessoal/ Jussara Rodolfo)
O corpo de Lidia será cremado no Japão por volta das 6h de quarta-feira (7) no fuso horário japonês, isto é, às 18h de terça-feira (6) no horário de Brasília (DF), afirma o pai. As cinzas serão trazidas ao Brasil, mas ele ainda não sabe se a família viajará até o Japão ou se as cinzas serão trazidas por um irmão dela que também mora no país asiático. O irmão é quem está cuidando do velório e funeral.
“Meus outros dois filhos moram em São Paulo e estão em Itapeva para decidir que medidas tomar em relação à morte da irmã. Minha esposa queria ver o corpo ainda no velório, mas eu não. O certo é que não daria tempo de acompanhar o funeral, porque são pelo menos 24 horas de viagem”, comenta.
Lidia vivia no Japão há 16 anos e atualmente trabalhava em uma fábrica de ar-condicionado na cidade de Konan, que fica na província de Shiga. Ela vivia com a filha de 10 anos, que agora poderá ficar com o ex-marido, um brasileiro que continua no Japão. “Ela tinha a guarda da menina. Agora não sei se minha neta ficará com o pai ou com a gente no Brasil”, conta.
G1 entrou em contato com o Itamaraty que afirmou que entrou em contato com o Consulado de Nagoya. Contudo, ainda não há informações sobre o caso.
Entenda o caso
Lidia Kazumi Maeda foi encontrada morta no lago Biwa na cidade de Hikone, no Japão, nesta segunda-feira. Segundo a amiga Jussara Rodolfo Passaro Yuguwa, ela e o companheiro foram até o lago com um grupo de amigos, quando saíram para passear em uma moto aquática e desapareceram. Os dois foram encontrados na segunda-feira pelos amigos, contou Jussara em entrevista ao G1.
“Não estava com ela, mas nossos amigos estavam e me ligaram desesperados dizendo que os dois tinham saído para passear com a moto e não voltaram mais. Eles chamaram a polícia que não os encontraram. Os policiais disseram que iam retomar as buscas no período da manhã. Mas eles (amigos) ficaram desesperados e resolveram buscar por conta própria. Foi então que acharam ela e o companheiro”, conta.
Conforme Jussara, o companheiro foi encontrado consciente e levado para o hospital, onde permanece internado. Já Lidia foi encontrada morta. "Ela não resistiu e morreu. Estamos em estado de choque pelo que aconteceu. Nunca íamos imaginar que isso poderia acontecer. O que mais me dói é saber que a filha dela, de 10 anos, estava na areia, acompanhou todas as buscas e viu quando a mãe desapareceu", completa.
Caio Gomes SilveiraDo G1 Itapetininga e Região

Nenhum comentário:

Postar um comentário