sábado, 5 de novembro de 2016

Moradores dizem que prefeito cortou serviços após perder eleição

Segundo moradores de Nova Campina, faltam merendas nas escolas.
Prefeitura alega que não faltam merendas e serviços não foram cortados.

Os moradores de Nova Campina (SP) afirmam que a cidade foi “abandonada” pelo prefeito Niltinho do Nicanor (PSDB) depois que ele perdeu a reeleição em 2 de outubro deste ano. De acordo com eles, faltam merendas nas escolas, o transporte escolar foi suspenso e o único hospital da cidade parou de funcionar 24 horas por dia para ficar aberto por nove horas. “Minha neta estuda metade das aulas e depois vem embora para casa. E assim ficam as crianças, está difícil”, reclama a dona de casa Maria Rodrigues.
Em nota, a Prefeitura de Nova Campina nega que haja falta de merenda nas escolas municipais. Sobre a interrupção do transporte escolar, o Executivo afirma que foi uma medida necessária para contenção de gastos. Sobre o hospital da cidade, a prefeitura alega que a unidade de saúde é na realidade um Posto de Saúde da Família (PSF) e que funciona agora em horário semelhante aos PSF's de outros municípios. A redução no horário de atendimento ocorreu também devido à lei de responsabilidade fiscal que limita os gastos.
Ainda sobre a saúde, o convênio com a Santa Casa de Itapeva está sendo negociado, porém casos de emergência e urgência continuam a ser atendidos no local, afirma a prefeitura. Já sobre o atraso no pagamento de vale refeição para funcionários, a prefeitura não comentou.
Nova Campina tem 9,3 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Niltinho do Nicanor teve 1.325 votos, ou 22,53% dos votos válidos, e ficou na terceira posição. A eleita foi Josi do Eliel (PTB) com 2.659 votos, ou 45,21% dos votos válidos. A segunda colocação ficou com Dr. Luiz Tassinari (PMDB) que teve 1.897 votos, ou 32,26% do total válido.
A aposentada Raimunda da Conceição conta que o hospital da cidade funcionava 24 horas por dia até 3 de outubro, dia seguinte às eleições. Depois da data passou a funcionar das 8h às 17h e também está fechado aos fins de semana, diz ela.  A solução, segundo ela, seria ir para Itapeva (SP), mas a prefeitura não renovou o convênio com a Santa Casa da cidade vizinha.  “É complicado tudo. Não é só saúde. Complicado a saúde e atendimento de todo jeito. Estamos em uma calamidade”, afirma.
Educação
A fiscal da educação da comunidade, Fábia Camargo, diz que já cobrou a prefeitura, mas também não teve retorno. “Faltam mantimentos, falta professor e falta cozinheira na escola. Estão mandando alunos embora mais cedo. Não podem contratar professor substituto mais. Procurei a educação lá na prefeitura e não deram resposta para mim”, relata.
Outro problema que envolve o setor de educação é o transporte escolar das crianças. Segundo a mãe e dona de casa Luciene Aparecida Rodrigues, os pais que tinham o direito receberam um bilhete depois das eleições afirmando que a partir de 5 de outubro não haveria mais ônibus pra transportar os estudantes. “Às vezes faltava e nós tínhamos que buscar e trazer da escola. Agora acabou de vez. Mandaram bilhetes para as mães dizendo que não teria transporte mais”, aponta.
Mãe mostra bilhete que fala sobre fim do transporte escolar (Foto: Reprodução/ TV TEM)Mãe mostra bilhete que fala sobre fim do transporte escolar (Foto: Reprodução/ TV TEM)

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