Delação de Osmar Dias pode influenciar eleição de 2018 no Paraná

A delação coletiva da Odebrecht certamente não vai provocar o fim do mundo. Mas pode mudar o cenário eleitoral do país e de vários estados. Tem sido comum ver políticos dizendo que o quadro para 2018 só vai ficar claro depois de se saber quem é que está com o nome sujo – isso pode ser decisivo para saber quem tem condições de pedir votos e quem vai estar na carceragem (ou, mais provavelmente, esperando julgamento).

No Paraná, houve novidades. Gleisi Hoffmann e Beto Richa já são figurinhas fáceis em delações: apareceram em várias denúncias nos últimos tempos, tanto dentro da Lava Jato quanto fora dela. O fato de terem sido citados mais uma vez na delação da Odebrecht, claro, continua sendo grave. Mas é uma denúncia a mais numa pilha que só vem aumentando.

Mas a diferença é que agora um dos nomes mais fortes para disputar o governo do estado no ano que vem também apareceu delatado: Osmar Dias. O ex-senador já fala como candidato. E vem usando como argumento, curiosamente, o fato de ter ficha limpa. Agora, foi citado pelos executivos da empreiteira afundada no maior escândalo de corrupção da história recente do país.

É evidente que Osmar pode ser inocente: terá de ter direito à defesa. E nem ficou claro ainda do que é que ele estaria sendo acusado, já que o modus operandi da investigação tem sido o de primeiro jogar os nomes em público para depois esclarecer alguma coisa. (Talvez tenha sido a primeira história de vazamento de depoimento sigiloso em tempo real do Judiciário brasileiro.)

O que se sabe, pelo Diário da Justiça, é que um executivo da Odebrecht disse ter repassado dinheiro ilícito para o PDT, via Carlos Lupi e Osmar Dias, nas campanhas de 2010 e 2014 (Osmar foi candidato ao governo em 2010, mas não disputou eleições em 2014, quando estava no Banco do Brasil).

Se Osmar vai ou não ter problemas maiores? Difícil saber. Mas certamente o discurso da ficha limpa já fica um pouco afetado. Quem deve estar rindo frouxo são Cida Borghetti e Ratinho Jr., principais oponentes de Osmar para o ano que vem.

Colaboração, Gazeta do Povo