domingo, 11 de junho de 2017

Após frio intenso, temperaturas devem ficar mais amenas no Paraná

Depois de registrar, neste sábado (10), as menores temperaturas do ano, o Paraná segue gelado. A menor temperatura foi registrada em Guarapuava, no Centro-Sul, -0,3 ºC.
Segundo o Simepar, neste domingo (11), haverá sol e tempo estável, mas o frio é intenso e, pela manhã, houve geada em várias regiões. As menores temperaturas registradas ocorreram entre as regiões Sul e Centro-Sul, onde os termômetros chegaram a 0ºC.
A semana começa com tempo estável na maior parte do Sul do país, mas com temperaturas um pouco mais elevadas, na comparação com o final de semana. O frio deve ser mais itnenso pela manhã e a nebulosidade cresce a partir da tarde no norte, próximo à divisa com São Paulo, por conta de nuvens de chuva que se formam a partir do Mato Grosso do Sul.
Na faixa do litoral do Paraná, muitas nuvens por causa dos ventos do oceano. No Sul e parte do Leste do estado, alguns nevoeiros pontuais em áreas de serra e vale, reduzem a visibilidade nas estradas pela manhã, nesta segunda-feira.  No Sul do estado, as mínimas ficam em torno de 4ºC e as máximas em torno de 16ºC. Mais ao norte, as temperaturas ficam entre 10ºC e 18ºC no começo desta semana.

Geada nas regiões cafeeiras

Ontem, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) manteve alerta de geada nas regiões cafeeiras: Norte, Noroeste e parte da região Oeste; e de produção de maça: Região Metropolitana de Curitiba e Centro-Sul.
Segundo o Iapar, a recomendação para os plantios novos, com até seis meses de campo, é enterrar as mudas. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica ou aquecimento, com a opção de adotar as duas práticas simultaneamente. Nos dois casos – lavouras novas e viveiros – a proteção deve ser retirada logo após o afastamento da massa de ar frio e assim que cessar o risco imediato de geada.
Nas lavouras com idade entre seis meses e dois anos, a recomendação aos produtores é amontoar terra no tronco das plantas até o primeiro par de folhas. Essa proteção deve ser mantida até meados setembro, e depois retirada com as mãos.
Segundo o Clima Tempo, para as áreas cafeeiras do Paraná, São Paulo, sul de Minas, região da Mogiana Paulista a previsão era de geada fraca de baixada. Para o feijão do Paraná, havia risco de geada fraca a moderada. “Os prejuízos não devem ser grandes, mas os produtores devem estar preparados e realizar os cuidados com as plantações para que o andamento dos trabalhos no campo e a qualidade da cultura não sejam comprometidos”, informa.

Prejuízo nas lavouras

As chuvas e o frio das últimas semanas têm causado problemas no campo. Entre todas as culturas, o feijão, que está em fase de colheita, é a que mais sofre. As regiões mais afetadas no estado, segundo o Instituto Brasileiro do Feijão & Pulses (Ibrafe), são Castro, Guarapuava e Pato Branco.
Segundo o último boletim do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), do dia 6 de junho, 61% da área da segunda safra já havia sido colhida, mas apenas 30% estava em boas condições e 38% estava em condição considerada ruim. 90% estava em fase de maturação.
Em Laranjeiras do Sul, segundo o Deral, apenas 30% da área foi colhida, contra 80% no mesmo período da safra passada. “É difícil fazer um prognóstico de perdas no momento, pela dificuldade dos técnicos de entrar nas lavouras, mas a tendência é de perdas muito grandes na qualidade do feijão e de áreas perdidas por completo”, afirma o boletim desta quarta-feira (7)
Dados do Ibrafe estimam perdas de até 80% em algumas lavouras não colhidas antes da chuva. Com isso, o preço deve ficar em R$ 250 para o feijão-carioca. Ainda segundo o Ibrafe, se houver perdas de 18% a 20% no Paraná, deve haver déficit no mês de junho, de 60 mil toneladas – número maior do que o esperado anteriormente, em fevereiro, de 20 mil toneladas.
Com as chuvas e a geada, o grão também perde em qualidade, já que a chuva impede os tratamentos necessários nas lavouras. “É possível também que as áreas tenham sido superestimadas oficialmente. Desejamos que os produtores consigam colher o final da safra. Mesmo colhendo o que há no Paraná, ainda há a perspectiva expectativa de que possamos voltar e ter preços historicamente altos. Fica cada dia mais claro que necessitamos de uma estratégia governamental que faça frente a estas situações extremas”, afirma o presidente do conselho do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders.
A expectativa é de que a terceira safra, que deve ser colhida nos meses de julho e agosto, chegue ao mercado com preços elevados. A Argentina, que seria a principal exportadora de feijão-preto para este primeiro semestre, também não está em boas condições; a qualidade do feijão não é tão boa e a quantidade disponível para importação não vai conseguir suprir a demanda do mercado brasileiro. Com isso, segundo o Ibrafe, o feijão corre o risco de voltar a ser o vilão da inflação.


Alerta geada

Neste ano, o Alerta Geada entrou em operação em 16 de maio. O serviço é mantido pelo Iapar e o Simepar até o final do inverno. O principal objetivo é auxiliar produtores rurais na prevenção e redução de perdas agrícolas.
Os avisos são amplamente difundidos por uma rede formada por órgãos públicos estaduais, prefeituras, cooperativas, associações rurais, técnicos e profissionais de agronomia, veículos de comunicação, estabelecimentos educacionais e comunitários.
Desde que foi lançado, há 23 anos, o serviço destaca-se pelo alto grau de confiabilidade, pois nunca ocorreu erro na detecção desse tipo de evento. Outros setores da economia também são beneficiados pelo Alerta Geada, como produção de hortaliças, comércio de vestuário, construção civil e turismo.
Mais informações sobre o Alerta Geada e técnicas de proteção de cafeeiros podem ser obtidas no site do Iapar ou do Simepar ou pelo disque-geada (43) 3391-4500.


Paraná Portal, por:  Mariana Ohde

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