segunda-feira, 12 de junho de 2017

Temer apela a Alckmin e Doria para manter apoio do PSDB

Presidente quer garantir apoio de tucanos diante da possibilidade de o Congresso Nacional receber denúncia da PGR. PMDB teme %u201Cefeito manada%u201D com saída de outros partidos caso tucanos resolvam deixar a base aliada

O presidente Michel Temer apelou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e ao prefeito da capital paulista, João Doria, para que eles trabalhem no sentido de esvaziar o caráter deliberativo da reunião da Executiva ampliada do PSDB marcada para esta hoje. O encontro pode definir a saída dos tucanos da base aliada ao Palácio do Planalto.
Após a vitória de Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira, o presidente, por meio de aliados e ministros do PSDB, pediu a Doria e a Alckmin que deem mais tempo a ele para reorganizar sua base de apoio e mostrar que o governo federal ainda tem força para aprovar as reformas defendidas pelo prefeito da capital e pelo governador do Estado, principalmente a da Previdência.
O medo de Temer é de que a saída do PSDB do governo neste momento crie um “efeito manada”, na expressão de um senador do PMDB próximo a Temer, às vésperas de a Câmara dos Deputados analisar uma eventual denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente. Ou seja, a saída dos tucanos pode motivar outros partidos a seguir o mesmo caminho.
Na avaliação do Planalto, se os dois tucanos paulistas trabalharem para esvaziar a reunião de hoje ou para cabalar votos pela permanência do PSDB na base, a vitória de Temer estará garantida na Executiva, que tem 17 membros, caso haja uma votação deliberativa.
Rumo a 2018
Para auxiliares de Temer, as pretensões eleitorais de Alckmin e de Doria favorecem um entendimento deles com o Planalto neste momento. A ambos interessaria manter Temer no cargo, ainda que com baixa popularidade, até 2018, quando um dos dois poderá ser o candidato a presidente. 
No PSDB, a compreensão é de que a substituição de Temer, via eleição indireta no Congresso, poderia abrir caminho para Rodrigo Maia (DEM-RJ) ser candidato e permanecer no cargo de presidente, o que elevaria o cacife eleitoral do partido dele para 2018 e dificultaria um entendimento com tucanos.
Até ontem à noite, Doria e Alckmin trabalhavam fortemente pelas pretensões de Temer dentro do PSDB. Porém, nenhum dos dois querem tomar o carimbo de “fiador” de um presidente prestes a ser denunciado no Supremo Tribunal Federal. Por isso, a dupla aceita dar mais um crédito a Temer, mas com prazo de validade definido. 

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