sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Teste encontra insetos no café e pelo de ratos em farinha de trigo acima do “nível tolerado”

A associação de defesa do consumidor Proteste realizou testes com amostras de pó de café e em farinha de trigo de diversas marcas e encontrou desde inseto a pelos de roedores, de acordo com os resultados da análise divulgados nesta quinta-feira (17). Os níveis de “matéria estranha” estariam acima do limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a Proteste, os testes foram realizados com base no regulamento técnico da Anvisa que estabelece os requisitos mínimos para avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, assim como seus limites de tolerância. No pó de café, o máximo permitido são 60 fragmentos de insetos em 25g do alimento. Já na farinha de trigo, o limite tolerado é 75 fragmentos de insetos em 50 g do alimento.
Segundo os testes, o café produzido pela empresa Melitta foi a única marca que não foi aprovada. Foi encontrado um inseto inteiro morto em 25g de amostra. “Isso mostra que pode ter havido falhas no processo de produção, manipulação ou armazenamento do produto”, declarou a Proteste. O café da marca “3 Corações” foi encontrado 15 fragmentos de insetos na amostra, o que está dentro da legislação, e as amostras das marcas Caboclo e Pilão não apresentaram matéria estranha.
Nos testes realizados com a farinha de trigo, a embalagem da “Sol” continha fragmentos de pelo de roedores em 50g da amostra e foi considerada imprópria para consumo. Não existe tolerância para a pelos de roedores para o produto. “Isso mostra grave falha no processo de fabricação do produto. Vale destacar ainda que, segundo a legislação, pelos de roedores, como os de rato, os de ratazana e os de camundongo, são potenciais transmissores de doenças”, diz a Proteste.
As outras farinhas de trigo avaliadas, Renata, Dona Benta e Rosa Branca, apresentaram, respectivamente, 33, três e cinco fragmentos de insetos em 50 g de amostra. Todas dentro do limite estabelecido pela agência reguladora.
“Dessa forma, frente aos problemas, pedimos a retirada dos lotes do café Melitta e da farinha de trigo Sol do mercado. Além disso, continuamos na luta por uma legislação mais rigorosa em relação à presença de matérias estranhas nos alimentos oferecidos aos consumidores: na prática, pedimos a revisão do regulamento técnico da Anvisa que trata desse assunto”, finaliza a Proteste.

Outro lado

Em nota, a Mellita diz desconhecer os procedimentos utilizados para o teste dos produtos e realizar análises periódicas com laboratórios independentes certificados. “Em nenhum momento foram encontradas as irregularidades divulgadas pelo Instituto Proteste”, relata a marca.

A J.Macêdo, fabricante da farinha de trigo Sol, apresentou laudos de laboratório credenciado pela Anvisa que atestam não ter sido identificada nenhuma inconformidade no mês de produção indicado pelo número parcial de lote divulgado pela Proteste. “A J.Macêdo tem contraprovas dos lotes de produção e já os submeteu a exame em laboratório externo credenciado pela Anvisa, a fim de resguardar e dar a seus consumidores a garantia de seu rigor em relação aos seus procedimentos de fabricação.”

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