Foi preso
na manhã desta sábado (16) o ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação,
Maurício Fanini. Ele foi detido em casa, em Curitiba, em um desdobramento da
Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de verbas em contratos para a
construção de escolas no Paraná.
A
operação é do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco).
Maurício
Fanini é apontado como o principal beneficiário do esquema de desvio de verbas.
De acordo com o coordenador estadual do Gaeco, procurador Leonir Batisti, ele
foi denunciado pelo crime de lavagem de dinheiro. “Ele foi apontado como a
pessoa que teria recebido o dinheiro das empreiteiras. Ele foi denunciado por
lavagem de dinheiro e, no dia de hoje, o Gaeco cumpriu dois mandados de busca e
apreensão envolvendo o servidor e a esposa e também cumpriu um mandado de
prisão preventiva determinado pelo juízo da 9ª Vara Criminal de Curitiba”,
explica.
Os
mandados foram cumpridos em Curitiba e em Guaratuba, no litoral do estado, em
imóveis do ex-diretor.
Operação Quadro Negro
Fanini
é um dos 15 réus de um processo que corre na 9ª Vara Criminal de Curitiba, desde
janeiro do ano passado.
A
Operação Quadro Negro investiga um esquema de fraude a licitações que,
estima-se, desviou R$ 20 milhões. Segundo a denúncia, a Construtora Valor
recebia os recursos de acordo com o andamento das obras das escolas, com base
em relatórios fraudados.
Na
última quarta-feira (13) o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal
(STF), homologou o acordo de delação do dono
da construtora, Eduardo Lopes de Souza. Entre os citados no
depoimento dele, está o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Eduardo Lopes
de Souza afirmou que os recursos desviados de obras em escolas estaduais foram
repassados a lideranças do PSDB para que fossem utilizados na campanha de
reeleição do governador em 2014. Beto Richa negou as acusações e
disse que deve processar o delator.
Na
quinta-feira (14), o pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) determinou a devolução de cerca de R$
3 milhões que teriam sido desviados das obras. Este foi o
primeiro de 14 julgamentos de processos que apuram os desvios na construção e
reformas de escolas, no TCE.
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