sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Pedreiro que viralizou na internet após ser atingido por parede relata sequelas, cirurgias e fim do benefício do INSS

Acidente aconteceu em agosto de 2015 e foi filmado pelo cunhado do pedreiro. Hoje ele usa bengala para se locomover e sente muitas dores.


O pedreiro Mário Caregnato, que viralizou na internet após ser atingido por uma parede há mais de dois anos, sofre com sequelas, cirurgias e com o fim do benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O acidente aconteceu em agosto de 2015, durante a demolição de uma casa em Curitiba. Assista ao vídeo acima.
Com 32 anos, Mário sente muitas dores, depende de uma bengala para se locomover e vai passar pela sexta cirurgia no dia 22 de dezembro. Recentemente, o morador de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, perdeu o benefício do auxílio-doença.

“Se eu fico muito tempo em pé, dói, então eu tenho que deitar. Se eu fico muito tempo sentado, machuca as costas, e eu tenho que deitar. Então fica uma situação bem difícil”, disse.

À época do acidente, foram identificados vários ossos quebrados e no decorrer da recuperação, novas fraturas foram localizadas: uma no esterno, que fica no tórax, uma no quadril e uma no fêmur, além de cinco vértebras esmagadas e duas fraturadas.
“Por causa da pancada, do inchaço, por causa do sangramento, [as fraturas] não foram vistas e estão aparecendo agora”, explicou.
Também foram identificados 32 pequenos coágulos na cabeça, o que pode ser uma das causas das dores de cabeça que Mário contou sentir 24 horas por dia. A próxima cirurgia será na coluna e vai tentar reduzir a pressão sobre a medula óssea.
Além de enfrentar as dores, a rotina do ex-pedreiro inclui pelo menos duas visitas mensais ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba, onde recebe o acompanhamento de equipes médicas especialistas em tórax, coluna e neurocirurgia.
“Agora vou consultar com um médico do coração (...) porque, por causa dessa pancada, estou com uma veia que está semiobstruída na perna”, relatou.
Apesar de todo o transtorno causado pelo acidente, Mário disse que sente gratidão por ter sobrevivido.

 “Sou muito grato por estar vivo porque, com aquela pancada, era para eu ter morrido”, lembra.



Auxílio-doença

Desde que foi atingido pela parede, Mário, que sempre atuou na construção, não conseguiu voltar a trabalhar.
Ele recebeu o auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por dois anos e dois meses. No entanto, durante a última perícia, realizada em 21 de novembro, o benefício foi cancelado.
“Eles me mandaram voltar a trabalhar, mesmo com cirurgia marcada”, contou.
Segundo Mário, a recuperação do procedimento na coluna, que será realizado na próxima sema,a deve durar aproximadamente 90 dias.
Apesar de ter recorrido da decisão que cancelou o auxílio-doença, o novo atendimento foi marcado apenas para 18 de abril de 2018.
Até lá, a única renda dele e da esposa, que não têm filhos, será o salário de pouco mais de R$ 1,2 mil que ela ganha trabalhando como empregada doméstica. Só com o aluguel o casal gasta R$ 500. Também há despesas com luz, água, alimentação e medicamentos.

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