Em audiência realizada no último dia
9, o juiz da 9ª Vara do Trabalho de Curitiba, Eduardo Milléo Baracat, marcou
para o dia 4 de maio o leilão do Hospital Evangélico, da Faculdade Evangélica
do Paraná e do plano Saúde Evangélico. A decisão da penhora foi tomada ainda no
fim do ano passado.
Na 2ª quinzena de janeiro o juízo
havia determinado a avaliação de todos os bens materiais e imateriais do
complexo, quando um grupo de oficiais de Justiça foi designado para fazer o
levantamento.
A partir disso, cabe ao leiloeiro
público escolhido, Helcio Kronberg, determinar valores – o que deve acontecer
até o fim deste mês – e desta maneira o juízo terá subsídios para lançar o
edital do leilão com todas as regras e detalhes.
Participantes da audiência, MP-PR
(Ministério Público do Paraná) e MPT-PR (Ministério Público do Trabalho do
Paraná) devem enviar em breve à Justiça do Trabalho sugestões para a realização
do leilão.
Segundo o MP-PR, a intenção é
“resguardar o interesse da saúde pública” para que a população não seja
prejudicada, ou seja, manter o hospital aberto com atendimento pelo SUS e
“permitir que o local siga como referência em saúde municipal e estadual”.
A intenção é que o complexo seja
administrado por um grupo de interesse com foco na atividade – caberá ao juízo
acatar ou não as condições.
Maior hospital privado e de caráter
filantrópico do Paraná, o Evangélico chegou a fazer 1,5 milhão de atendimentos
anuais, mas nos últimos anos esse número caiu devido ao fechamento de leitos.
O hospital também conviveu por vários
momentos com greves pontuais e falta de insumos. A expectativa com o leilão é
quitar pendências com fornecedores, funcionários e ex-funcionários, já que
entre dívidas trabalhistas, tributárias e bancárias, o valor ultrapassa os R$
400 milhões. A data do leilão ainda pode ser alterada em função de provocações
nos processos.
Intervenção
De propriedade da SEB (Sociedade
Evangélica Beneficente de Curitiba), o Hospital Evangélico está sob intervenção
judicial desde dezembro de 2014, em decorrência de diversos débitos e ações
trabalhistas. De lá para cá, parte da “sangria” conseguiu ser estancada, mas
mesmo sob a administração de interventores, a dívida continuou a crescer.
Há cerca de um mês, o atual administrador
judicial do Evangélico, Ladislau Zavadil Neto, relatou ao Metro Jornal que o
déficit mensal do hospital variava entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões nos
últimos meses. Em 2016, era cerca de R$ 3 milhões. O Metro Jornal procurou o
presidente da SEB, mas ele não atendeu às ligações.
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