domingo, 11 de março de 2018

Pinhalão, delegado investiga desvio de combustível na prefeitura


Prefeito foi quem registrou denúncia pedindo apuração de postagens em redes sociais
A postagem em redes sociais dando conta que estaria ocorrendo desvios de combustíveis na prefeitura de Pinhalão levou o delegado de Tomazina, sede da comarca, Isaias Fernandes Machado, a abrir inquérito policial para apurar a denúncia. Quem registrou boletim de ocorrência na delegacia foi o próprio prefeito da cidade, Sérgio Rodrigues (PDT), acompanhado do presidente da Câmara de Vereadores, Anderson Cesar Lemes, o popular Andinho (PMDB), que se sentiram atingidos pelas postagens.
“Estão vendendo diesel barato em Pinhalão e quem está patrocinando é a prefeitura”, dizia uma das postagens nas redes sociais. O prefeito, em entrevista por telefone no início da noite de ontem, disse que tomou conhecimento do caso na noite de sexta-feira (02) e pediu a um assessor que fizesse cópias (prints) das postagens. De posse das provas das denúncias ele procurou a delegacia de Tomazina na manhã de segunda feira-feira e registrou a denúncia, pedindo investigação.
“Passei minha vida trabalhando. Entrei na política por um acaso do destino. Sempre procurei ser correto nas coisas que faço, dentro e fora da vida pública. Não poderia ficar em silêncio diante de uma denúncia tão grave”, assinalou Rodrigues.
Segundo o que a reportagem apurou, as postagens na internet sugerem que um funcionário da prefeitura e um suposto vereador estariam desviando óleo diesel dos tanques que a prefeitura mantém do barracão de máquinas e comercializando na cidade por dois reais o litro, cerca de 40% mais barato que o preço de mercado do combustível.
Por envolver a suposta participação de um vereador é que o presidente do Legislativo também pediu abertura de inquérito para investigar. Até que provem o contrario, os nove membros da câmara aparecem como suspeitos, razão pela qual Andinho pede apuração rigorosa.
O delegado de Tomazina, comarca da qual Pinhalão faz parte, informou que inicialmente investiga suposto crime de calúnia que estariam atingindo as autoridades do município. De posse de cópias das postagens ele vai intimar as pessoas identificadas como autoras das denúncias para explicarem a origem das informações veiculadas e apontarem os supostos envolvidos na irregularidade apontada. “Se essas pessoas não apresentarem informações convincentes, poderão ser processadas por crime de calúnia, mas se apresentarem evidências de desvio de combustível, aí o caso é de crime de peculato”, explica o delegado
Este crime é previsto no Artigo 312 do Código Penal Brasileiro, que tipifica o peculato como "crime de apropriação por parte de funcionário público, de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou privado de que tenha a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio”.

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