sábado, 6 de fevereiro de 2016

Governador tenta atrair Cristovam ao PSB e Reguffe deve abandonar PDT

Senadores do PDT não escondem insatisfação com o partido

O PSB entrou na disputa pelo passe do senador Cristovam Buarque (PDT). Ontem pela manhã, no Senado, o governador Rodrigo Rollemberg, convidou Buarque para se filiar ao partido. Descontente com as decisões da cúpula nacional do PDT, Buarque vem sinalizando que deixará a sigla neste ano.
“Lógico que fiquei satisfeito com o convite do governador. Fiquei muito honrado. Agora não disse que aceitava e nem que não aceitava. Seria até indelicado”, revelou Buarque. O convite de Rollemberg tem um peso político dobrado. Além de ser governador, ele também é liderança nacional do PSB.
Outros partidos, como o PPS e da Rede Sustentabilidade,  cortejam o senador desde o final de 2015. Eleito em 2010 com 833.480 votos, Buarque estuda a possibilidade de uma candidatura para o Palácio do Planalto em 2018.
Influência
A crise com o PDT tem duas razões. Em primeiro lugar, vem o alinhamento do partido com Governo Federal e o PT. Em segundo, é a indicação do recém-filiado Ciro Gomes para a chapa presidencial para 2018. “Ao invés de salvar o Brasil, o PDT está tentando salvar o PT. O ex-presidente Lula está inventando uma saída pelo o PDT com o Ciro. Não quero ficar na história por isso”, criticou o senador.
Segundo Buarque, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, não vê problemas em sua desfiliação do partido. “Me parece que ele até está gostando. Porque aí poderá apresentar um PDT unido para PT. Sem vozes descontentes”, ponderou Cristovam.
Críticas abertamente
Outro eleito com mais de 800 mil votos em 2014, o senador Reguffe também não se identifica mais com o projeto do PDT. Da mesmo forma que Cristovam Buarque, o parlamentar também deve deixar o partido. 
Fontes próximas ao senador garantem que ele vai se desligar da legenda tão logo surja uma “janela”. A princípio, Reguffe não pretende se filiar a outra legenda. Nem mesmo à Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, amiga próxima do senador.
Reguffe não fala sobre o futuro político e nem confirma uma eventual desfiliação, mas critica abertamente o atual partido. “O PDT está se apequenando ao preferir ter ministérios e carguinhos no Governo Federal, do que oferecer à população brasileira um verdadeiro projeto de país”, declarou.
Para Reguffe, por exemplo, o PDT não deveria apoiar o Palácio do Planalto na polêmica ressurreição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Publicamente, o senador anunciou que votará contra o projeto, à despeito da posição do partido. “Sou radicalmente contra. A carga tributária no Brasil é de 36% do Produto Interno Bruto (PIB). É a maior dos países emergentes, dos BRICS. Rússia e China tão conta das obrigações com menos impostos. É impossível para o Brasil aumentar a carga tributária. Aumentar os impostos aumenta preços, gera inflação. O governo deveria fazer o oposto”, argumentou.
Debandada
1 - Com as  desfiliações de Cristovam e Reguffe, o PDT deve sofrer uma debandada no DF.  A presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão, e o secretário de Trabalho, Joe Valle, também podem seguir o mesmo caminho. O deputado distrital Reginaldo Veras, fica  na legenda. 
2 - Só para mostrar que o troca-troca não se limita ao PDT, o terceiro senador do DF, Hélio José, deixou o PT, que o indicara à suplência, e o PSD que o abrigou. Filiou-se a um certo Partido da Mulher Brasileira.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília