quinta-feira, 21 de abril de 2016

Após prisões, prefeito de Foz do Iguaçu determina revisão de contratos

PF investiga supostas irregularidades envolvendo licitações fraudulentas.
No total, 15 pessoas foram presas e 17 levadas coercitivamente a depor.

Do G1 PR, em Foz do Iguaçu
Em entrevista no gabinete na terça-feira (19), logo após prestar esclarecimentos na delegacia da PF, Reni Pereira negou saber de qualquer esquema de corrupção na prefeitura de Foz do Iguaçu (Foto: Zito Terres / RPC)
O prefeito de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, Reni Pereira (PSB), determinou a realização de uma força-tarefa para a revisão de todos os contratos mantidos pelo município. A decisão foi tomada após uma reunião com representantes da Procuradoria Geral, da Controladoria Geral do Município e da equipe administrativa da prefeitura.
Reni Pereira é um dos alvos da Operação Pecúlio, da Polícia Federal, que investiga irregularidades envolvendo supostas licitações fraudulentas para a contratação de obras para o Município com verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As investigações vêm sendo feitas há dois anos e apontam para um desvio de cerca de R$ 4 milhões pelo esquema de corrupção
Na terça-feira (19), o prefeito e outras 16 pessoas foram levadas coercitivamente a prestar esclarecimentos na delegacia da PF em Foz do Iguaçu. Na casa dele foram apreendidos R$ 120 mil em dinheiro. Em entrevista no gabinete logo após ser liberado, Reni fez questão de afirmar que não sabe de qualquer esquema de corrupção na prefeitura de Foz do Iguaçu e que já havia explicado a origem do dinheiro, resultado de uma "indenização judicial".
Na ação que se estendeu a Santa Terezinha de ItaipuSão Miguel do IguaçuItaipulândia eCascavel foram presos 15 suspeitos, entre empresários e ex-servidores do município. Os agentes também recolheram documentos, celulares e computadores, cujos conteúdos estão sendo analisados. Alguns dos presos também já foram ouvidos.
Segundo o prefeito, a revisão tem como objetivo apurar eventuais irregularidades. Em nota, Reni destacou que “o processo licitatório é um ato jurídico complexo, que demanda a atuação de vários setores e vários servidores do município, além de ser fiscalizado por organismos públicos e privados” e que “o município realiza centenas de processos licitatórios e contratações anualmente”.
Os trabalhos serão conduzidos por Carlos Eduardo Borges Marin, o novo procurador geral do Município, e que assumirá o cargo na segunda-feira (25).