Leomar Bolzani (PSDB) é acusado de participar da morte de procurador.
Advogado acredita que, deixando o TJ, julgamento poderá ser mais rápido.
Fabiula Wurmeister Do G1 PR(Foto: Prefeitura de Chopinzinho/ Divulgação)
Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma denúncia feita
pelo procurador sobre a ação de um grupo que vinha agindo dentro da prefeitura
de Chopinzinho e era chefiado pelo então prefeito. O procurador foi morto a
tiros quando chegava em casa. Na época, sete pessoas foram presas, entre elas o
então prefeito.
O prefeito afastado de Chopinzinho, no sudoeste do
Paraná, Leomar Bolzani (PSDB), renunciou ao cargo. Ele é suspeito de mandar
matar o procurador do Município, Algacir Teixeira de Lima, em março de 2015.
Caso a renúncia seja aceita pela Câmara de Vereadores, Leomar poderá perder o
foro privilegiado e passar a ser julgado pela Comarca de Chopinzinho, não mais
pelo Tribunal de Justiça.
“Desde o início ele queria ser julgado por
Chopinzinho, pelo seu Município. Ele insistiu, foi orientado e estamos fazendo
isso agora, com a renúncia. A rapidez no andamento do julgamento é um dos
fundamentos. Mas, o principal é que ele é daqui, filho de Chopinzinho, prefeito
da cidade. Por isso, a motivação maior é perder o foro privilegiado e ser
julgado por seus pares”, destacou o advogado de defesa, Auro Almeida Garcia.
O comunicado oficial da renúncia foi entregue à
Câmara Municipal na sexta-feira (29) e deverá ser analisado pelos vereadores na
sessão de terça-feira (3), a partir das 18h. Se aceita, o prefeito em
exercício, Rogério Masetto (PDT), será efetivado no cargo.
Bolzani cumpre
prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica desde novembro.
Desde então ele não pode ultrapassar o limite de dez metros de casa e está
proibido de fazer contato com parentes do procurador ou testemunhas do
processo, além de não poder se mudar ou sair de casa sem autorização da
justiça. Caso a renúncia seja aceita e o processo encaminhado à Vara de Justiça
de Chopinzinho, caberá ao juiz local decidir se a prisão será mantida nos
mesmos moldes.
“Vamos tentar revogar essa prisão para que ele, que
é professor, possa voltar a trabalhar”, comentou Garcia.
Procurador foi morto quando chegava em casa
com as duas filhas (Foto: Reprodução RPC)
com as duas filhas (Foto: Reprodução RPC)
Em julho de 2015, o homem que
confessou ter assassinado Lima negou ao juiz que cometeu o crime a mando do
prefeito afastado e do ex-assessor Giovane Baldissera. Ele disse
que agiu sozinho e matou a vítima por causa de uma dívida de R$ 2,5 mil.
Apesar de negar a participação de Bolzani ao juiz,
em um vídeo divulgado pela polícia, o homem que confessou ter assassinado o
procurador aparece dizendo que estava sendo pressionado a terminar o serviço.
Ele cita "Pardal", apelido do ex-assessor do prefeito, e de uma
mulher, conhecida como macumbeira, que teria intermediado a contratação do
atirador, segundo a polícia.
A mulher também chegou a confessar para a polícia o
envolvimento no crime. Mas, diante do juiz da Vara Criminal ficou calada. O
marido dela e os dois irmãos, que teriam ajudado na fuga do assassino, de
acordo com a investigação, também não falaram.
Por enquanto, apenas o ex-assessor do prefeito e a
mulher tiveram o julgamento marcado. O júri popular deverá ser realizado no dia
29 de junho, em Guarapuava. Os demais aguardam o resultado de recursos
apresentados.