quinta-feira, 1 de setembro de 2016

MENINA QUE FUGIU COM RAPAZ FALA EM AMOR: ‘VOU ESPERAR POR ELE ATÉ 16 ANOS’

A adolescente Caroline Pinho, de 13 anos, que fugiu de casa com o namorado Fábio Welligton Brizola, de 19, e voltou nesta terça-feira (30), após ficar um mês desaparecida, afirmou em entrevista que fugiu por amor e que não se arrepende do que fez. A garota, que mora em Itararé (SP), alega que voltou porque percebeu que não era correto o que estava fazendo. “Não me arrependo de ter fugido, mas sabia que era a hora de voltar porque não era certo: pelo meu namorado, que pode ter problemas, e pela minha mãe, que sentia minha falta”, afirma.
Segundo Caroline, os dois fizeram a promessa de ficarem juntos no futuro. “Vou esperar por ele até ter 16 anos, quando já poderei ficar com ele, pois não vou me esquecer dele. Ele também me prometeu e deu a palavra. Vamos esperar o momento certo, o momento de Deus”, diz.
De acordo com o adolescente, os dois fugiram no dia 23 de julho porque a mãe dela, Maíra Pinho, de 31 anos, era contra a relação e pretendia mudar-se para Carambeí (PR), a 150 quilômetros de Itararé. Para proteger o rapaz, Caroline não contou à Polícia Civil, ao Conselho Tutelar e também para a mãe onde está o namorado e onde os dois ficaram durante esse mês. Contudo, ela garante que não foi maltratada. “Enquanto ficamos juntos ele cuidou muito bem de mim. Ele estava trabalhando para nos sustentar. Não fui maltratada por ele”, garante.
Caroline retomará aos poucos a vida em casa, mas não poderá voltar à escola ainda este ano por ter perdido muitas aulas, segundo ela. Apesar de não se arrepender do ato, a adolescente diz não pensar em fazê-lo novamente. “Sinto remorso por minha mãe ter perdido o emprego”, lamenta.
Ainda segundo a adolescente, ela já prevê o quanto a mãe ficará de “olho nela” para tentar intervir um contato entre o casal. “Ela Vai ficar em cima, mas espero que ela aceite nossa relação com o tempo”, completa.
‘Aliviada’
A mãe Maíra Pinho conta que está aliviada com a volta da filha e feliz em ver que a menor está bem. “Estou muito feliz e aliviada. Quando a vi na delegacia chorei, ela não. Estava fria. Mas quando ela viu a irmã, de 12 anos, as duas choraram juntas. O irmão de 7 anos também chorou. Parece que tirei um peso das costas”, conta.
Segundo a mãe, ela espera que tudo volte ao normal. “Espero que com o tempo, com o passar dos dias, ela volte a ficar normal comigo. Hoje ela está irreconhecível, mas por mais que ela esteja brava as coisas voltarão ao normal. O importante é que ele (Brizola) não está mais aqui. Agora todo cuidado é pouco e vou ficar 24 horas por dia ‘em cima’, porque ela ainda gosta dele”, ressalta.
Investigação
Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Moraes Silva, Caroline fará exame de conjunção carnal no Instituto Médico Legal (IML) de Itapeva (SP) nesta quarta-feira (31). O laudo pode indicar se a adolescente fez sexo no período em que esteve desaparecida com o namorado.Se o exame der positivo, a prisão preventiva por estupro de vulnerável será solicitada à Justiça. Fábio tem passagens na polícia e já ficou apreendido por tráfico de drogas na Fundação Casa quando adolescente.
“Ele pode ser indiciado caso tenha feito sexo com a namorada no período de desaparecimento, já que ela é uma adolescente de 13 anos. Por isso, Caroline fará exame de conjunção carnal no Instituto Médico Legal (IML). Se a Justiça decretar, ele será um procurado tendo o nome constatado no sistema. A previsão é de que o exame fique pronto entre 4 e 8 de setembro”, informa o delegado.
Garota ligou há dias
Após um mês sem ter notícias da filha e de desespero por não saber o paradeiro da adolescente, a mãe recebeu uma ligação da menor na última quinta-feira (25). Caroline ligou para a mãe para dizer que estava bem e que “tinha fugido para ser feliz”, segundo Maíra. “Ela me ligou e disse que foi ser feliz com o namorado porque eu impedi a felicidade dos dois. Pedi para que ela voltasse”, afirmou.
Em entrevista ao G1, Maíra contou sobre o alívio de ouvir a voz da filha novamente após um mês. “Eu fiquei um pouco aliviada, mas também nervosa, porque esperava que ela me ligasse pedindo para ir buscá-la. O namorado fez a cabeça da minha filha. Ela está irreconhecível”, disse na época.
Mãe perdeu o emprego
Depois do sumiço da filha, Maíra Pinho afirmou ao G1 que percorreu 390 quilômetros entre viagens de ida e volta a cidades do interior de São Paulo e Paraná. Após receber pistas, ela disse que já foi a Itapeva, a 57 quilômetros de Itararé; Sengés (PR), a 26 quilômetros; e para Jaguariaíva (PR), a 56 quilômetros de Itararé, duas vezes. Por conta das viagens, acabou perdendo emprego, diz ela.
“Sou cuidadora de idosos e os chefes deram dez dias para que eu cuidasse desse problema pessoal. O prazo acabou entre 8 e 12 de agosto, mas como não voltei ao trabalho, eles colocaram outra pessoa no meu lugar”, contou.

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