Lula sobe nos palanques para se dizer vítima de uma “caçada judicial” destinada a inviabilizá-lo eleitoralmente em 2018 – ele, logo ele, que, segundo um magote de “intelectuais” é de quem “o Brasil precisa” -; jacta-se de que, apesar dos cinco processos a que responde por corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e sei lá mais o que, é a “viva alma mais honesta deste país” e desafia: “a jararaca está viva; acertaram no pé, mas não na cabeça”.
E, ainda, que “basta a Justiça me chamar, que irei”... mas na hora do pega pra capar... sai de fininho.
Chegou a hora de a jararaca prestar contas à Justiça dos crimes de que é acusada, a mesma Justiça que ela difama mundo afora, alegando que não lhe dá o direito de defesa. Quando é instada a dar a sua versão dos fatos, contorce-se, alega isso e aquilo para evitar o tête-à-tête com a Justiça.
Foi o que aconteceu em relação ao depoimento a que foi convocado para este mês, pela Justiça Federal de Brasília, relativo ao processo que o investiga por obstrução de Justiça (tinha me esquecido desse!), processo que envolve a “presidenta inocenta” Dilma Rousseff, Delcídio do Amaral, Aluysio Mercadante, etc. Ele pediu para depor por videoconferência alegando motivo fútil, mas o juiz Ricardo Soares Leite deu-lhe um toco e o mandou a comparecer.
Foi o que aconteceu um ano atrás quando se recusou a depor ao Ministério Público de São Paulo, que o intimou, assim como à esposa Marisa, falecida há um mês, a explicar sobre o tríplex do Guarujá. O depoimento não era obrigatório, mas quem, sem culpa no cartório, perderia a chance de pôr os pratos limpos na mesa? Lula e Marisa se recusaram a comparecer e...
... um dia depois da data do depoimento a que faltaram – 4 de março – Lula foi conduzido a depor coercitivamente pala Lava Jato, teve seu apartamento e sítio (que não lhe pertencem!) e o Instituto Lula revirados de cima a baixo por ordem do juiz Sérgio Moro (operação que encontrou documentos demolidores para o ex-presidente).
E é diante do juiz Moro que ele está intimado a se explicar em 3 de maio, no mesmo caso – transferido do MP paulista para a Lava Jato – do tríplex do Guarujá.
Qual será desculpa que apresentará para adiar ou não comparecer a esse depoimento? Também pedirá para ser ouvido por videoconferência?
O comportamento da jararaca diante da Justiça não recomenda acreditar que se apresente sem antes aplicar suas técnicas de dissimulação. Afinal, a jararaca é valentona no palanque, mas diante da Justiça coloca o rabo entre as pernas (!) e corre para a toca...
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