terça-feira, 21 de março de 2017

As tarifas mais caras do Brasil (ônibus) e do mundo (pedágio) estão aqui, no Paraná

Não saio de casa para trabalhar sem, antes, dar uma olhada nos noticiários que estão rolando e vão continuar a ser manchetes do dia. Observo que o Paraná, enfim, se transformou na tão sonhada ilha mas, infelizmente, de péssimas notícias. Virou o penico do mundo. Não porque a Lava Jato tem sede na capital, Curitiba, mas parece que tudo de ruim está acontecendo por aqui. Greve dos motoristas e cobradores de ônibus, greve dos professores, foco da carne estragada ou com papelão, fim do Balé do Guaíra, prédios públicos e privados pichados, aumento do número de moradores de rua, lojas fechando portas e, consequentemente, desemprego.
Em Curitiba, temos a mais alta tarifa do transporte coletivo e, no Paraná, a mais alta tarifa do pedágio em rodovias do governo federal. Enquanto no Palácio Iguaçu, o governador Beto Richa reúne prefeitos falidos de todo o Estado e sinaliza com possibilidades de abrir os cofres para empréstimos, na Assembleia Legislativa, os deputados passaram o dia lamentando o fiasco da Polícia Federal na divulgação da Operação Carne Fraca sem, no entanto, levantar uma palavra que venha na busca efetiva para amenizar o impacto que causou um rombo nas exportações. E, é claro, vai balançar a balança comercial.
Felizmente, do ponto de vista pela busca da qualidade, mexeu com a dona de casa que certamente será ainda mais exigente quando for no açougue ou no supermercado para comprar carnes.
Em relação à tarifa do transporte coletivo, onde o prefeito Rafael Greca (conhecido hoje nos memes como Rafael Deixa que eu Faço Greca), peitou todo mundo e promoveu reajuste vem, agora, com as mesmas justificativas do ex-prefeito, Gustavo Fruet.
Vejam bem…a renovação da frota ainda não começou porque Curitiba precisa que as empresas desistam das ações contra a Prefeitura; cubram o reajuste de seus funcionários após o dissídio em curso, justifica o burgomestre.
Em sua página do facebook ele diz que a diferença entre a tarifa técnica (R$ 3,66) e a tarifa cobrada (R$4,25) – está sendo armazenada no FUC – Fundo de Urbanização de Curitiba. “Nosso objetivo é juntar recursos para promover o reequilíbrio do sistema sucateado; fazer frente às despesas com até 6% de reajuste com salários motoristas e cobradores após o dissídio retroativo a 1º de fevereiro; renovar a frota existente e ainda aumentá-la – no eixo norte sul – com a compra de 24 bi-articulados padrão euro6”.
Até agora nenhum empresário recebeu nada do aumento da tarifa e nem receberá, se não cumprir o que planejamos. Palavra de Prefeito, ou, as mesmas palavras do ex-prefeito.
Voltando à Alep e às tarifas, ontem naquela valorosa casa de leis, também houve discussão sobre o pedágio. Poucas pessoas estão dando atenção a um assunto que merece conhecimento da sociedade, porque vai impactar no bolso do usuário.
A Medida Provisória nº 752/2016 estabelece regras para a relicitação de concessões que tenham sido devolvidas pelas empresas concessionárias de forma amigável ao Governo Federal, assim como para a prorrogação de contratos, e ainda abre a possibilidade de prorrogação antecipada de contratos que tenham 80% dos seus planos de investimentos cumpridos.
A proposta, que depende de aprovação do Congresso Nacional para continuar em vigor, foi a forma encontrada pelo Governo Federal para garantir novos investimentos nos modais de transporte e otimização dos custos logísticos. Quem diz é o deputado federal Sérgio de Souza.
A prorrogação dos atuais contratos de pedágio do chamado Anel de Integração, composto por seis rodovias é, no entanto, uma das preocupações do setor produtivo paranaense e de parlamentares atentos à questão. “Nós somos contrários a qualquer tipo de prorrogação desses contratos, independentemente dos termos que venham a ser propostos. Ainda pode haver alterações na medida provisória, por isso temos que marcar a nossa posição”, afirmou o deputado estadual Ademir Bier (PMDB), coordenador da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio no Paraná.
Para o representante do setor de transportes de cargas, Sérgio Malucelli, presidente da Fetranspar, é preciso promover uma revisão dos contratos, já que o setor logístico sofre com as altas tarifas. “Nossa proposta é que se deixe mais clara essa Medida Provisória, para que atinja as concessões antigas de forma a relicitar ou prorrogar, se for o caso, esses contratos, desde que essas ações tenham como objetivo maior a redução da tarifa. O transporte de cargas não suporta mais as altas tarifas cobradas. Precisamos chegar a uma conclusão para realizar novas obras e reduzir a tarifa”.
O setor produtivo, principalmente aquele que produz no campo e precisa levar seus produtos para os grandes centros, critica o atual modelo das concessões rodoviárias, sugerindo que tal modelo precisa ser revisto para garantir a competitividade do Paraná. Já para o modal ferroviário, o pedido é pela prorrogação dos contratos com a inclusão de novos investimentos. “A renovação das concessões das ferrovias, condicionada a não haver monopólio, é fundamental para que a gente não tenha o risco de ter uma renovação com prejuízos para o usuário, mas a Federação das Indústrias do Estado do Paraná tem uma posição clara pela não renovação das concessões rodoviárias do Paraná”, afirmou Edson de Vasconcelos, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.
Um dos setores da economia paranaense que mais sofre com as altas taxas do pedágio é o agropecuário. E volta a refazer as contas: Um frete de Cascavel a Paranaguá, durante a safra, custa R$ 3.460,00. Desse total, R$ 760,00 é referente à tarifa do pedágio.
Outra questão preocupante é o subaproveitamento da malha ferroviária. Cada vagão locomotivo transporta o equivalente a quatro carretas, mas sem infraestrutura adequada não é possível explorar o modal. A estimativa é de que novos investimentos na malha da Região Sul aumentem em 70% o volume transportado. As concessões ferroviárias têm uma vigência, média, de pelo menos mais dez anos, por isso a principal sugestão apresentada foi a prorrogação antecipada com a inclusão de obras nos contratos.
Deixando de lado um pouco das coisas ruins que vem acontecendo em nosso Estado, a aposta maior, hoje, continua sendo na Operação Lava Jato, a qual o comandante, juiz Sergio Moro, voltou a pedir apoio da sociedade para que não sofra solução de continuidade. Moro, como todo mundo, está vendo as manobras que estão sendo feitas no Congresso Nacional, após a “Lista de Janot”, na tentativa da continuidade do foro privilegiado dos políticos corruptos que sangraram e sangram os cofres públicos da nação.
Que a Operação Lava Jato saiba, pelo menos, conduzir com responsabilidade, as informações a serem repassadas para a sociedade. Isso vem ocorrendo com propriedade.

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