Documento foi apresentado à PGR pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Júnior.
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleise Hoffmann (PT) aparecem em uma tabela apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior. Os dois estão na lista de pedidos de investigação feita pelos procuradores ao ministro Luiz Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na planilha, a senadora aparece com dois apelidos: Amante e Coxa. De acordo com delator, foram sete doações somando R$ 2,45 milhões, entre 2008 e 2014. Nesse período ela disputou eleições para a prefeitura de Curitiba, Governo do Paraná e Senado.
O governador recebeu o apelido de Brigão. Ele teria recebido cinco repasses num total de R$ 900 mil reais em 2010, ano em que ele concorreu pela primeira vez ao Governo do Estado.
O pedido de investigação envolvendo Beto Richa foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão ao qual compete o julgamento de casos envolvendo governadores. Já o pedido envolvendo Gleisi segue no STF, pois a senadora só pode ser julgada nessa corte.
Veja as informações da planilha na imagem abaixo:
A planilha
A planilha detalha 642 pagamentos que teriam sido feitos via caixa dois
O documento é do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, departamento criado pela empresa para operar o repasse de quantias de propina a políticos e funcionários públicos.
Os papéis foram entregues à PGR detalham os nomes dos candidatos, os apelidos, os cargos a que eles concorreram, os valores, quem teria pedido o dinheiro e qual seria o interesse da empresa ao fazer os repasses.
O outro lado
A assesoria do governador Beto Richa informou que quem trata de assuntos ligados a campanhas eleitorais são os tesoureiros das campanhas. Em nota, Fernando Ghignone, tesoureiro das campanhas de Beto Richa em 2008 e 2010, disse que todas as doações foram efetuadas na forma da lei e depositadas na conta oficial do partido. E que as prestações de contas dos dois anos foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER-PR), sem ressalvas. Para Ghignone, a denúncia é inverídica e fantasiosa.
Também em nota, a assessoria da senadora Gleisi Hoffmann disse que ela não tem informação sobre essa citação, que desconhece a que se refere e que vai se pronunciar quando tiver informações oficiais a respeito. Segundo a nota, a senadora Gleisi Hoffmann reitera que suas doações de campanha constam das prestações de contas aprovadas pelo TRE.
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