segunda-feira, 10 de abril de 2017

Jaboti, empresária denuncia comércio ilegal de sepultamentos no cemitério da cidade

A empresária Gilvanete Maia Bertolini, de Santo Antônio da Platina, procurou a imprensa para denunciar a existência de um comércio ilegal de sepultamentos no Cemitério Municipal de Jaboti. Segundo ela, o esquema foi descoberto na semana passada após receber um telefonema do pedreiro Marciel Sales da Luz lhe cobrando R$ 600 pelo enterro de seu pai no dia 9 de março.
Desconfiada, Gilvanete procurou o prefeito Vanderlei de Siqueira e Silva (PSDB), o ‘Lei da Lica’, e questionou sobre a legalidade da cobrança, e foi informada pelo político que a prática seria ilegal. O prefeito então a orientou e disse para que não se preocupasse mais com o assunto, pois ira resolver o problema. No entanto, no início da semana o pedreiro voltou a questionar a empresária sobre o pagamento da suposta dívida, que então decidiu procurar a imprensa para denunciar o caso.
Na tarde desta quinta-feira, 6, o pedreiro Marciel da Luz recebeu a reportagem no Cemitério de Jaboti e admitiu as acusações feitas pela empresária. Segundo ele, o valor cobrado corresponde ao sepultamento do aposentado José Maia Filho, pai de Gilvanete, e um serviço realizado no túmulo da família. “Se fosse apenas enterrar, como no caso da mãe dela (Gilvanete), o valor seria bem inferior, em torno de R$ 150, mas precisei derrubar e erguer uma parede, e gastei com material”, justifica.
O pedreiro reconheceu a irregularidade nos serviços prestados como coveiro, os quais são oferecidos gratuitamente pela prefeitura através de seu irmão Marco Antônio da Luz, contratado há pouco mais de um ano para a função. Entretanto, Marciel Luz alega que os serviços prestados pelo irmão são limitados. “Meu irmão cuida da limpeza do cemitério e realiza apenas os sepultamentos em covas, onde o contado com os restos mortais das pessoas não oferecem tanto risco como nas gavetas (túmulos). Ele trabalha sem equipamento de segurança e não recebe por insalubridade, por isso não se arrisca”, denuncia. “As pessoas sabem que ofereço tanto o serviço de pedreiro como o de coveiro de forma particular, e me procuram. No caso da Gilvanete, porém, reconheço que errei por não ter combinado o preço antes, mas mesmo trabalhando de forma irregular não posso ter prejuízo”, avalia.
Segundo o pedreiro, a prática ocorre desde 2012 quando retornou com a família de Curitiba para Jaboti. Em média, Marciel da Luz diz realizar quatro sepultamentos por mês na cidade, e que pretende continuar prestando o serviço de forma particular à população.
Pedro Sales da Luz Neto, de 69 anos, servidor aposentado da prefeitura, onde trabalhou por 20 anos e também ocupou a função de coveiro defende os filhos Marciel e Marcos da Luz. “Esse cemitério sempre foi uma bagunça, nenhum prefeito se preocupou em fazer a coisa do jeito certo até hoje. Não há sequer mais espaço para enterrar as pessoas, e ninguém para aqui. Os servidores aprovados no concurso público para o cargo de auxiliar de serviços gerais não querem ser coveiros. Eles deveriam reconhecer o trabalho que meus filhos prestam ao município”, pondera.
Ouro lado
O prefeito Vanderlei de Siqueira e Silva (PSDB), o ‘Lei da Lica’, disse que o problema era desconhecido por ele até a semana passada, quando foi procurado pela empresária Gilvanete Maia. Segundo avalia, o serviço prestado por Marciel Luz é ilegal e o pedreiro poderá responder criminalmente pela prática que compete a seu irmão, Marco Antônio da Luz, funcionário da prefeitura em cargo de comissão.
Ainda de acordo com o prefeito, todas as medidas cabíveis serão tomadas pelo departamento jurídico do Executivo, que também irá analisar a cobrança indevida do pedreiro pelos serviços prestado à família da empresária.
Em relação à falta de espaço para novos sepultamentos no Cemitério Municipal de Jaboti, Silva garante que a prefeitura já negociou um terreno que se encontra em fase de desapropriação.
Matéria, Tribuna do Vale

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