Grandes projetos, grandes propinas, grandes prejuízos: as bandeiras da era petista que acabaram se tornando grandes fracassos e derrotas para todo o país

Trem-Bala
Em 2007, quando foi anunciado o projeto do trem bala ligando Rio de Janeiro a São Paulo, ele custaria R$ 18 bilhões, as passagens custariam R$ 80 (um valor bastante acessível) e o governo não arcaria com nenhuma despesa. Desde o primeiro momento, Dilma Rousseff, maior defensora da ideia, garantia que ficaria pronto a tempo para a Copa de 2014. Um ano depois, porém, tudo mudou. O governo passou a fazer parte do negócio e o trem bala foi incorporado do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O custo passou para R$ 22 bilhões e a parada final saiu de São Paulo para Campinas.
Em 2009, o que começara dois anos antes em R$ 18 bilhões praticamente dobrara de preço: R$ 33 bilhões (R$ 20 bi deles vindos do BNDES). O custo da passagem também saltou de R$ 80 para R$ 200. Um estudo de viabilidade, porém, calculou o custo real em R$ 64 bilhões. Mesmo sem sair do papel, o projeto custou R$ 1 bilhão em estudos de viabilidade, contratação de consultoria e despesas extras.
Estádios da Copa
A média de público do Campeonato Amazonense é de 217 torcedores por jogo, a pior do Brasil. No estadual de Mato Grosso, a média é melhor: 1.015 torcedores pagantes por partida. Mas o Cuiabá, que utiliza a Arena Cuiabá, leva apenas 409 torcedores a cada jogo. O maior público do Campeonato Brasiliense deste ano foi de 3.021 torcedores.
A Arena da Amazônia, a Arena Cuiabá e o estádio Mané Garrincha, em Brasília, custaram respectivamente R$ 660 milhões, R$ 583 milhões e o faraônico valor de R$ 1,4 bilhão. Não bastou o dinheiro jogado fora em estádios construídos em praças onde praticamente não há futebol profissional. Os três estádios ainda dão prejuízo mensal com manutenção. No caso do Mané Garrincha, a conta fecha negativa em R$ 500 mil todo mês. A Arena Cuiabá tem um custo mensal de R$ 700 mil, mas não consegue cobrir nem 10% disso. A Arena da Amazônia custou R$ 6,5 milhões em 2016. Arrecadou apenas R$ 1,1 milhão.
Para piorar, delações de ex-executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht para a operação Lava Jato indicaram propinas somando o valor de R$ 120 milhões (cálculo considerado conservador) na construção em dez de 12 arenas — salvam-se apenas o estádio Beira-Rio e a Arena da Baixada.
BNDES
O que a empresa de telefonia Oi, a JBS Friboi e Eike Batista têm em comum? Os três foram escolhidos pelo governo petista para receber bilhões em empréstimos públicos, a juros bem camaradas (7,5%), para se tornarem o que se convencionou chamar “campeões nacionais”. Amigos do rei (ou da rainha), Eike e sua rede de empresas X, a Oi, e a JBS superaram a concorrência sendo claramente beneficiados, sem nenhum critério.
O resultado da benevolência estatal apareceu em 2016 e 2017: de Supertele, a Oi agora não se sustenta mais com as próprias pernas e deve dezenas de bilhões, além de oferecer um serviço de segunda categoria aos clientes. Eike, ex-sétimo homem mais rico do mundo, foi parar na cadeia (depois de receber R$ 10,4 bilhões do governo) e a JBS, que recebeu mais de R$ 11 bilhões do BNDES, se viu envolvida no escândalo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
Durante a gestão Luciano Coutinho no BNDES, mais de R$ 1,2 trilhão foi dado pela entidade em crédito. Em vez de gerar grandes empresas, o resultado foi atrasar o capitalismo nacional e aprofundar ainda mais a corrupção dos anos PT no poder.
PAC
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007 quando o Brasil navegava nas águas favoráveis de uma economia que crescia a bons níveis, impulsionada pela valorização das commodities.
Em 2016, quase dez anos depois, as maiores obras previstas pelo PAC ainda não tinham saído do papel. A maior delas, a refinaria Premium 1, no Maranhão, que movimentaria R$ 41 bilhões, simplesmente foi descartada. Os mais pobres também saíram perdendo. Apenas 53% das obras de habitação previstas no Complexo do Alemão foram concluídas.
As que saíram do papel se tornaram exemplo de corrupção e incompetência, como a refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco. Com orçamento inicial previsto de R$ 5,6 bilhões, a última estimativa para finalizá-la estava em R$ 35,7 bilhões.
Colaboração, Gazeta do Povo
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