segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Santo Antônio da Platina, Presidente Câmara de Vereadores bloqueia diárias de vereadores

Jefferson Vernier tem seu desempenho criticado pelos colegas de legislativo
Seis dos nove membros da Câmara de Vereadores de Santo Antônio da Platina estão revoltados com a decisão do presidente da Casa, Jefferson Vernier (DEM), que se nega a liberar diárias para que os edis possam participar de cursos de aprimoramento em Curitiba. Segundo o que relataram à reportagem da Tribuna do Vale, Vernier alega que a concessão do benefício poderia repercutir negativamente junto à população com a possibilidade da divulgação na imprensa dos gastos do Legislativo.
Os vereadores Rudinei Esteves, o Rudi (PMDB); Luiz Flávio Maiorky e Genivaldo Marques (PSDB); Odemir Jacob, o Breno e Edson Muniz, o Buchecha (PHS), além do único veterano da casa, José Jaime Mineiro (PSDB), que apoia os colegas, alegam que enfrentam grandes dificuldades na compreensão de matérias técnicas apreciadas no Legislativo porque exercem a atividade legislativa pela primeira vez. “O próprio presidente, que também é novato, vive cometendo gafes, por desconhecimento de muitos assuntos da pauta. Recentemente queria colocar em segunda votação um projeto de lei que havia sido rejeitado na primeira apreciação”, cita o vereador Genivaldo Marques, assinalando que Vernier também deveria fazer os cursos.
“Ninguém está querendo passear em Curitiba, mas buscar conhecimento para melhorar o desempenho do Legislativo, com benefícios para a comunidade”, acrescenta o vereador Rudinei Esteves.
O vereador Mineiro, por sua vez, que está no quarto mandato, assinala que esses cursos reivindicados pelos colegas são de fundamental importância para a formação e atualização da legislação pública. “Curioso é que, com frequência, o Executivo manda seus servidores participarem de cursos de aprimoramento e reciclagem e ninguém estranha a utilização de diárias. O presidente não pode impedir os vereadores de se aprimorarem. Sua atitude é um desrespeito”, assinala.
Luiz Flavio Maiorky, por sua vez, lembra reportagem publicada recentemente na Tribuna do Vale, abordando o relatório de diárias tiradas pelo prefeito José da Silva Coelho Neto, o Zezão (PHS) e vários de seus secretários em viagens para várias localidades do Estado e do País. “O prefeito e seus secretários viajaram atendendo interesses do município. Não há nada de errado nisso. Porque nós vereadores não podemos fazer a mesma coisa. Eu viajei duas vezes e nas duas oportunidades, consegui trazer benefícios para Santo Antônio da Platina”, afirma.
Mineiro, exemplifica ainda que os vereadores platinenses, proporcionalmente à sua população, recebem o menor salário do país, R$ 970,00 bruto. Com o desconto de INSS, o valor líquido cai para R$ 892,40. O resultado disso é que a Câmara platinense irá devolver um montante superior a R$ 2 milhões no final do presente exercício. “É dinheiro que poderá ser aplicado em obras em benefício da população”, observa.
Críticas
Jefferson Vernier tem seu desempenho criticado pelos colegas. Segundo eles, o presidente tem uma performance abaixo da média, é ausente nos momentos importantes, não participando de eventos da comunidade e quase sempre precisa ser procurado na cidade para assinar documentos da Câmara. “Até para atender o celular ele é um problema. Ele não aparece na sede do Legislativo. Se não tem condições de dirigir a Casa, não deveria ter assumido esta importante função”, cutuca o vereador Mineiro.
O que causa curiosidade é que o desempenho sofrível de Jefferson Vernier está atingindo o próprio prefeito Zezão em um legislativo em que possui maioria apertada, necessitando do voto de desempate do presidente do Legislativo. Uma prova disso foi a derrota de Zezão em duas votações importantes há pouco mais de uma semana e, agora, com o protesto dos vereadores contra Jefferson Vernier, em que dois membros da bancada da situação, Breno e Buchecha se solidarizam com os quatro membros da oposição. Mineiro acena coma possibilidade de tempos ainda mais difíceis para Zezão no Legislativo.

Procurado pela reportagem, em seu celular, no final da tarde de ontem, Jefferson Vernier não atendeu a ligação e nem retornou à redação até o fechamento desta edição.  

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