segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Professores protestam e fecham núcleos de educação no Paraná

Categoria exige revogação de resolução de trata de distribuição de aulas. 
APP-Sindicato diz que resolução altera direitos dos trabalhadores.

Professores estaduais e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) protestam na manhã desta segunda-feira (30) contra uma resolução anunciada recentemente pelo governador Beto Richa (PSDB) que trata da distribuição de aulas. Eles exigem a revogação da resolução e dizem que o texto altera os direitos dos trabalhadores.
Durante o protesto, os manifestantes pretendem fechar os 32 núcleos regionais de educação em todo o estado. Até as 9h, 29 núcleos do interior já tinham sido fechados. Neste horário, os manifestantes negociavam a interdição de três sedes em Curitiba e Região Metropolitana.

"O governo continua intransigente. Mais uma vez eles foram para a mesa de negociação para não negociar. Eles simplesmente repetiram as suas justificativas que, obviamente, são todas contrárias aquilo que nós sempre tivemos no estado por mais de trinta anos", disse a diretora de finanças do APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho.
Na quinta-feira (26), os professores também ocuparam o prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seed) para protestar. Eles deixaram o local após o juiz substiuto Jailton Juan Carlos Tontini, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, conceder uma liminar de reintegração de posse do prédio ao Governo do Paraná.
Entenda os pedidos da categoria
Segundo o APP-Sindicato, a cada 20 aulas – cada uma com duração de 50 minutos – sete correspondem à hora-atividade. Com as mudanças, cinco seriam destinadas para atividades fora de sala de aula.
Outro ponto de discordância é em relação às aulas extras. Segundo a Casa Civil, os professores melhor classificados no plano de carreira tinham prioridade nestas aulas extraordinárias. Com a resolução, os professores que passam mais tempo nas escolas passam a ter prioridade.
Mobilizações no interior
Em torno de 100 professores participam do protesto em frente ao Núcleo Regional de Educação em Londrina, no norte do Paraná. De acordo com o presidente da APP-Londrina Márcio André Ribeiro, a manifestação continuará até que o governo aceite conversar com a categoria.
“Queremos o diálogo para tentar discutir pontos que podem ser prejudiciais. A decisão de reduzir a hora-atividade foi exclusivamente do governo que só chamou a categoria para informar sobre a medida. Reduzir a hora-atividade vai prejudicar e muito a qualidade das aulas e o trabalho do professor”, pontuou Ribeiro.
Conforme o presidente da APP-Londrina, o professor que até 2016 atendia de 7 a 8 turmas, cerca de 550 alunos, a partir de 2017 vai atender 750 alunos.  “Aumenta o número de alunos, mas diminui o tempo de preparação de aulas, é nítido que vai prejudicar o ensino”, diz.
Os portões do Núcleo Regional de Educação estão fechados e os manifestantes informaram que não deixarão ninguém entrar no prédio. A Polícia Militar foi chamada e está em frente ao prédio tentando negociar com os professores.
A mobilização também é realizada em Paranavaí e Cianorte, no noroeste do Paraná. Em Paranavaí, a APP-Sindicato informou que são cerca de 40 professores em frente as duas entradas do Núcleo Regional. Já em Cianorte, participam do protesto entre 30 e 50 professores.
Não há protesto em Umuarama. Os representantes do sindicato na cidade decidiram que alguns professores irão à Curitiba na quarta-feira (1°) participar da mobilização estadual.

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