A
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou a
candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta
quinta-feira (25) – uma dia após a condenação do ex-presidente a 12 anos e um
mês no caso triplex, ontem (24), no Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4).
Participam
do evento, realizado na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente
nacional do partido Gleisi Hoffmann, além de políticos ligados ao partido e
lideranças sindicais. O encontro da executiva trata, além da candidatura,
de outros cenários possíveis – inclusive a possibilidade de prisão de Lula.
Condenado,
Lula corre o risco de ficar impedido de concorrer ao cargo de presidente nas
eleições de 2018, por causa da Lei da Ficha Limpa, que impede a
candidatura de políticos com condenações por órgãos colegiados.
Nesta
quarta-feira (24), a primeira reação oficial do PT à decisão
do TRF4 foi a divulgação de uma nota anunciando a candidatura do
ex-presidente.
“Essa
decisão de hoje já era esperada, faz parte do golpe para tentar tirar Lula da
disputa. Nossa resposta será dada amanhã. Às 10 horas, na reunião da Executiva
Nacional, lançaremos Lula como pré-candidato à Presidência da República pelo
Partido dos Trabalhadores”, declarou o ex-prefeito de São Bernardo do Campo e
pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, em ato do partido na
Praça da República, em São Paulo.
A presidente nacional da sigla,
senadora Gleisi Hoffmann emitiu nota no mesmo tom. “Não nos rendemos diante da
injustiça. Lula é candidato”, diz o título da nota distribuída pela petista,
para quem “o resultado do julgamento do recurso da defesa de Lula, no TRF-4,
com votos claramente combinados dos três desembargadores, configura uma farsa
judicial”.
Gleisi afirma que a militância
petista não vai aceitar passivamente que a democracia e a vontade da maioria
sejam mais uma vez desrespeitadas. “Vamos confirmar a candidatura de Lula na
convenção partidária e registrá-la em 15 de agosto, seguindo rigorosamente o
que assegura a Legislação eleitoral. Hoje é o começo da grande caminhada que,
pela vontade do povo, vai levar o companheiro Lula novamente à Presidência da
República”, diz a nota.
Condenação
Por unanimidade, a 8ª Turma do TRF4,
em Porto Alegre, manteve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso conhecido como
triplex. Lula foi condenado, em primeira instância, pelo juiz federal Sérgio
Moro, a nove anos e seis meses, por ter recebido vantagens indevidas da
empreiteira OAS.
A propina teria sido paga por meio da
aquisição e benfeitorias feitas em um apartamento triplex em Guarujá (SP).
Em seus votos, os desembargadores
foram além do caso triplex e sustentaram que Lula foi responsável pela
manutenção de um sistema de corrupção em seu governo enquanto presidente da
República.
O ex-presidente foi denunciado em
setembro de 2016 pelo Ministério Público Federal (MPF) e codenado, por
Moro, em julho de 2017.
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