O ministro Og Fernandes, do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), decidiu enviar à Justiça Eleitoral do Paraná um
processo instaurado contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) no
âmbito da delação da Odebrecht, informou na tarde desta quinta-feira (26) a
assessoria do tribunal.
Og
Fernandes também decidiu encaminhar ao juiz federal Sérgio Moro as cópias dos
autos do inquérito de Richa – na prática, o tucano segue na mira da Operação
Lava Jato. De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, tanto Moro quanto a
Justiça Eleitoral do Paraná, “no âmbito de suas esferas de atuação, deverão
agora dar encaminhamento às investigações”.
Segundo
o Broadcast Político apurou, Og Fernandes atendeu na decisão aos pedidos da
Procuradoria-Geral da República (PGR), de enviar o inquérito para a Justiça
Eleitoral paranaense, com a cópia dos autos para Moro.
O
tucano perdeu o foro privilegiado depois de deixar a chefia do Executivo local
para disputar a cadeira de senador nas próximas eleições.
De
acordo com delatores da Odebrecht, Richa recebeu mais de R$ 3 milhõesem “vantagens
indevidas” para as campanhas eleitorais de 2008, 2010 e 2014, operacionalizados
por diversas pessoas.
A
relação do governador, que recebeu os apelidos de ‘Brigão’ e ‘Piloto’, com a
construtora começou em 2008, quando ele se candidatou à Prefeitura de Curitiba.
PROCESSOS.
Há duas semanas, o ministro Herman Benjamin decidiu encaminhar para a primeira
instância dois outros processos que tramitavam na Corte contra Richa.
Em
um dos casos, Beto Richa é investigado pelo emprego irregular de verbas
conveniadas com a União quando era prefeito de Curitiba. Esse processo foi
encaminhado para a Justiça Federal de 1º Grau no Paraná, que não tem relação
com a Operação Lava Jato, conforme antecipou o Broadcast Político.
No
outro processo, Richa é alvo de um inquérito que apura suspeitas de corrupção
na concessão de licença ambiental pelo Instituto Ambiental do Paraná. Esse caso
foi encaminhado à Justiça Federal em Paranaguá (PR).
ALCKMIN.
No dia 11 de abril, a ministra Nancy Andrighi, do STJ, decidiu encaminhar à
Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito instaurado com base na delação da
Odebrecht que investiga o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) por suspeitas de
caixa 2. Dessa forma, o tucano – que deixou o cargo para disputar a Presidência
da República – ficou fora, por ora, da rota da Lava Jato
Pré-candidato
tucano à Presidência, Alckmin foi citado por delatores da Odebrecht como
beneficiário de recursos para campanha eleitoral. A investigação agora passa a
ter caráter de crime eleitoral e não mais de crime comum.
COM A PALAVRA, BETO RICHA
“A
decisão do ministro Og Fernandes, determinando a remessa do caso à Justiça
Eleitoral e à Justiça Federal, atende requerimento do Ministério Público
Federal, que muito estranhamente diverge totalmente do posicionamento adotado
em casos similares. A defesa de Beto Richa afirma ainda que buscará a
observância do princípio da isonomia de tratamento em investigações que muito
se assemelham”, disse o ex-governador, por meio de sua assessoria de imprensa.